Águeda desafia cidadãos e andar a pé e de bicicleta. E vai premiá-los por isso

Através do uso de uma app no seu telemóvel, designada Positive Drive, os munícipes participarão num jogo que tem propósitos muito sérios: ajudar o ambiente e a condição física de cada participante.

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Águeda junta-se às cidades do Luxemburgo, Hasselt, Belgrado, Breda e Southend on Sea para testar esta nova forma de sensibilização Adriano Miranda

Águeda é um dos seis municípios europeus que estão a participar, ao longo de dois meses, num projecto-piloto que visa incentivar a população a realizar as suas deslocações casa-trabalho-casa de bicicleta, a pé, transporte público ou carsharing. A iniciativa gira em torno de uma espécie de jogo que promete premiar quem fizer mais quilómetros em meios de deslocação sustentáveis. Cada munícipe participante é convidado a usar uma aplicação para telemóvel, designada Positive Drive, que contabiliza o uso de diversos meios de transporte suaves por parte de cada utilizador, transformando a distância assim percorrida em pontos – identificados como (s)miles. E fica essa certeza: os cidadãos que mais (s)miles conseguirem obter receberão prémios (mochilas, chapéus, entre outros brindes).

“Temos como meta conseguir envolver cerca de 100 munícipes neste projecto”, perspectiva Jorge Almeida, presidente da câmara de Águeda, a propósito desta iniciativa-piloto que se insere num projecto europeu mais abrangente, o Trace, que já conheceu uma outra acção no passado mês de Junho – dirigido às escolas, o Traffic Snake Game envolveu cerca de 100 crianças e promoveu uma maior utilização da bicicleta nas deslocações casa-escola e escola-casa. Agora, com o Positive Drive, Águeda junta-se às cidades do Luxemburgo (Luxemburgo), Hasselt (Bélgica), Belgrado (Sérvia), Breda (Holanda) e Southend on Sea (Reino Unido) para testar esta nova forma de sensibilização para uma mobilidade suave.

A experiência decorre ao longo deste mês e do próximo, muito embora, no caso de Águeda se estenda ao longo de parte do mês de Dezembro. Por força das eleições autárquicas do passado dia 1, o único município português participante no projecto optou por adiar o arranque da campanha de divulgação e apresentação da iniciativa. “Começámos um pouco mais tarde, mas iremos estender o prazo da experiência-piloto”, explica o edil aguedense.

Nesta altura, a câmara municipal está a tentar captar o maior número de participantes possível, tendo já conseguido sensibilizar responsáveis de “algumas empresas, escolas e uma instituição particular de solidariedade social” para se juntarem a este projecto, revela Jorge Almeida. O objectivo final? Mais do que ter muitos cidadãos a participar neste projecto em particular, “ver que cada vez mais pessoas optam pela bicicleta ou por andar a pé, especialmente naqueles circuitos de cerca de cinco quilómetros”, traça o autarca.

Sendo Águeda um município com fortes tradições na produção de bicicletas e suas componentes, este e outros projectos na área da mobilidade ciclável acabam por ganhar uma dimensão que não se resume aos benefícios ao nível das emissões de CO2 e do congestionamento do trânsito automóvel. “Temos aqui um cluster da bicicleta, empresas de topo, portanto, faz todo o sentido que sejamos, também, um município onde a bicicleta é um meio de transporte cada vez mais usado”, vinca o líder da autarquia, lembrando que Águeda foi, igualmente, pioneira no sistema de bicicletas partilhadas que lançou em 2011. “Como o nosso território não é completamente plano, tem alguns declives, para algumas pessoas o uso da bicicleta poderia ser mais difícil”, enquadra o presidente da câmara. Assim sendo, a aposta recaiu num sistema de bicicletas eléctricas, o BeÁgueda.

O projecto BeÁgueda tem vindo a crescer e, em breve, irá ganhar um novo impulso. Até ao final do ano, o município promete aumentar o número de parques e o número de bicicletas eléctricas a disponibilizar à população. Prometida está, também, a introdução de uma nova tecnologia neste sistema de bicicletas partilhadas. Todos os veículos estarão equipados com GPS e o novo sistema de gestão permitirá obter informação acerca da geolocalização de cada bicicleta, bem como o diagnóstico da bicicleta em tempo real e o acesso a estatísticas e informação da utilização. De acordo com a autarquia, será ainda disponibilizada uma app que permitirá a requisição dos veículos e disponibilidade da frota por estação, entre outras novidades. 

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