Empresa chinesa de partilha de bicicletas entra por Cascais

Ofo escolheu a vila piscatória para se estrear no mercado nacional, o 16º onde está presente a nível global.

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Daniel Rocha
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A ofo vai estrear-se no mercado português, tendo escolhido Cascais como ponto de entrada para o seu negócio de partilha de bicicletas através de uma aplicação para telemóvel. Para já, nesta primeira fase, a empresa chinesa fundada em 2014 (chegou ao terreno em Junho de 2015)  vai disponibilizar 50 bicicletas, com uma particularidade: estas podem ser deixadas em qualquer lugar (legal), prescindindo de um ponto fixo de estacionamento.

A apresentação oficial realizou-se esta quarta-feira de manhã, na Câmara Municipal de Cascais.

Actualmente, esta vila do distrito de Lisboa já disponibiliza bicicletas para uso dos turistas e residentes, com modalidades que vão desde o uso gratuito (mais circunscrito ao centro de Cascais) até à utilização paga, englobada num conceito de mobilidade mais alargado, com estacionamento e/ou comboio (o MobiCascais). Ao todo, existem cerca de mil bicicletas disponíveis no concelho, de acordo com os dados fornecidos pela autarquia.

No comunicado enviado às redacções onde dá nota do evento oficial desta quarta-feira, a Câmara de Cascais afirma que a startup chinesa “colabora na melhoria do ecossistema de transporte urbano optimizando os recursos das cidades, reduzindo o tráfego e fomentando um transporte com reduzidas emissões de carbono”.

No caso da ofo (a grafia é mesmo assim, para se parecer com o desenho de uma bicicleta), que se apresenta como a plataforma líder mundial no mercado de bicicletas partilhadas sem estações fixas de estacionamento (station-free bike-sharing), esta deverá cobrar um euro por cada meia hora de utilização.

Através da aplicação da ofo (para sistemas Android e iOS) ao qual se associa um cartão de crédito, é possível ver onde é que existe uma bicicleta da empresa disponível (são sempre amarelas), para depois ler o código QR como telemóvel e receber um número que desbloqueia o cadeado. No final, a contagem do tempo pára com o estacionamento e bloqueio da bicicleta, e é feito o respectivo débito. Para já, desconhecem-se os planos de expansão da empresa para Portugal, o 16º mercado internacional na estratégia global da ofo depois de Espanha (Madrid).

De acordo com os dados fornecidos pelo grupo chinês, este tem actualmente uma frota de mais de 10 milhões de bicicletas em 180 cidades do mundo e conta com 32 milhões de transacções por dia e mais de 200 milhões de utilizadores registados. O objectivo da ofo, liderada por Dai Wei, que é também um dos seus fundadores, é chegar ao final deste com 20 milhões de bicicletas, espalhadas por 200 cidades distribuídas por 20 países.

Em Julho, a empresa fez uma ronda de financiamento, através do qual angariou 700 milhões de euros (cerca de 596 milhões de euros, ao câmbio actual) junto de investidores como o gigante chinês do comércio electrónico, Alibaba, a Hony Capital e a CITIC. A estes juntaram-se outros que já estavam no capital, e que reforçaram as suas posições, a Didi Chuxing e a DST Global. No caso da Didi, esta é o equivalente da Uber na China, ou até mais do que isso, já que, no ano passado, a Uber desistiu da luta pelo mercado chinês após uma acesa disputa entre as duas empresas e aceitou fundir a sua unidade deste país asiático com a Didi.

Na altura do financiamento, Dai Wei afirmava que a empresa ia “melhorar o serviço”, e “acelerar a estratégia de expansão global”.

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