Ao fim de quatro dias terminou o processo de recontagem de votos em Coimbra e só na assembleia unicipal houve mexidas, com a CDU a ficar com mais um deputado por troca com o PS.

Duas forças políticas tinham pedido recontagem dos votos para a câmara e para a assembleia municipal, uma vez que foi escassa a margem que determinou o número de eleitos de algumas forças. Assim, a assembleia de apuramento teve que rever os mais de 68 mil votos registados para cada órgão.

O movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), que nas eleições de 2013 conseguiu um vereador, ficou este ano a 48 votos de eleger Jorge Gouveia Monteiro para o executivo municipal. Caso essa diferença fosse esbatida, o vereador do CpC entraria e o PS perderia um dos cinco que elegeu. A recontagem dos votos para a câmara municipal confirmou a formação do executivo que tinha sido publicada a seguir às eleições do dia 1 de Outubro.

De acordo com fonte do CpC próxima do processo que preferiu não ser identificada, houve “muita negligência de quem esteve nas mesas”, referindo casos de “actas mal feitas” e a situação em “20 mesas, em que votos que seriam nulos foram considerados válidos”. Segundo disse o mesmo elemento ao PÚBLICO, há jurisprudência que impede que a interpretação desses votos seja diferente durante a recontagem. O coordenador do movimento, José Dias, já tinha dito que se verificou uma “degradação geral das condições de voto”.

Resultado diferente teve a CDU, que tinha ficado a quatro votos de eleger mais um deputado municipal. A recontagem fez com que o grupo de eleitos da CDU na Assembleia Municipal de Coimbra tenha passado de três para quatro elementos (excluindo os presidentes de junta de freguesia). Ainda assim, a coligação de comunistas com verdes perdeu um deputado em relação a 2013, quando tinha conseguido eleger cinco.

Ao PÚBLICO, o cabeça de lista pela CDU à AM, Manuel Pires da Rocha, disse que, “como a margem era curta”, o juiz que lidera a assembleia de apuramento poderia ter um entendimento diferente. “Até porque muitas vezes há erros, o que é perfeitamente normal, num universo com esta magnitude”. Foi o que se confirmou.

A recontagem dos votos em São João do Campo, uma freguesia rural do concelho, ficou fechada ainda na sexta feira, sem que tenha havido alterações. Confirma-se assim a presidência de junta do PS que, depois do acto eleitoral de 1 de Outubro, sucedeu à CDU no poder. A coligação mantém a presidência de duas freguesias no concelho.

Em Coimbra, as eleições autárquicas deste ano ditaram a recondução no cargo de Manuel Machado. O socialista teve 35,46% dos votos e vai presidir ao município sem maioria absoluta. Com 26,56%, a coligação do PSD/CDS encabeçada por Jaime Ramos elegeu três vereadores, o que representa menos um em relação a 2013. O movimento Somos Coimbra, do ex-bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, estreia-se no executivo como terceira força política, ao obter 16,06% dos votos e dois vereadores. Quanto a Francisco Queirós, vereador desde 2009, foi reeleito pela CDU com 8,3%.