CP deverá ter novos comboios até 2022

Presidente da empresa afirma será aberto um concurso internacional para aquisição de um conjunto de unidades, no primeiro trimestre de 2018. Já este ano, CP deverá contratar 24 maquinistas e revisores.

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Novos comboios deverão estar em circulação no primeiro semestre de 2022 Rui Gaudencio

O presidente da CP - Comboios de Portugal, Carlos Gomes Nogueira, estimou, esta terça-feira, que a companhia tenha novo material circulante até 2022, explicando que, até lá, a empresa terá de reparar o existente e proceder a alugueres.

"Será aberto um concurso internacional para aquisição de um conjunto significativo de unidades, mas abrindo-o no primeiro trimestre do próximo ano, como foi dito pelo senhor ministro [do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques] e para o qual acredito que há condições, demora sempre três até estar finalizado", disse o responsável, numa audição na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, no parlamento.

Carlos Gomes Nogueira estimou que a CP tenha, assim, novo material circulante (automotoras e locomotivas) "no segundo semestre de 2021 ou primeiro semestre de 2022".

"Como é que vivemos até lá? [...] Viveremos com uma grande entrega da EMEF [Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário] para a recuperação e reparação do material existente", notou o responsável.

Ao mesmo tempo, "a CP tem material alugado à Renfe [empresa ferroviária espanhola estatal] para comboios regionais, cerca de 20 unidades" e terá de "reforçar essa componente de aluguer", acrescentou.

Esse reforço permitirá, segundo Carlos Gomes Nogueira, "guarnecer a linha do Oeste, onde não se podem esconder os problemas complicados, bem como outras linhas regionais".

Segundo o responsável, "o plano de aquisição de material circulante é um investimento que tem em conta o plano de electrificação da ferrovia e é um investimento pesado", mas escusou-se a falar em valores.

Indicou apenas que a CP tem estado em negociações com fabricantes mundiais canadianos, franceses, espanhóis e chineses.

O responsável lembrou que o último investimento feito pela CP, em material circulante, foi "há muitos anos": em 2000, para o reforço dos transportes ferroviários urbanos do Porto e em 1998, para a compra de comboios alfa pendulares.

"Estamos a concluir esse plano de aquisição de material circulante e apresentaremos uma proposta concreta ao senhor ministro [Pedro Marques] até meados deste mês", assegurou o presidente do Conselho de Administração da CP, que assumiu o cargo em Junho passado.

Intervindo na ocasião, o deputado Heitor de Sousa, do BE (partido que requereu a audição), alertou que "não vale a pena comprar material circulante que daqui a cinco anos esteja em desuso".

Entretanto, a empresa vai continuar a apostar na remodelação de alfa pendulares.

"Dois já estão em circulação [...] e a terceira unidade ainda sairá para operação este ano", disse o presidente da CP, falando em mais quatro unidades remodeladas, no próximo ano e as restantes três a circular, em 2019.

A nova geração dos comboios alfa pendular consiste na remodelação total de 10 comboios da frota, num investimento de 18 milhões de euros.

Quanto à entrada de pessoal, a administração da CP espera ter "dentro de dias" a autorização para contratar 24 maquinistas e revisores, adiantou Carlos Gomes Nogueira.

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