Vai haver recontagem de votos em Coimbra

Movimento Cidadãos por Coimbra pediu nova contabilização dos votos para a autarquia. CDU solicitou recontagem para assembleia municipal.

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Manuel Machado foi reeleito em Coimbra Enric Vives-Rubio

Os votos para a Câmara Municipal de Coimbra vão ser recontados. O pedido foi feito movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), que em 2013 elegeu um vereador, mas que este ano não recebeu nenhum mandato.

Ao PÚBLICO, José Dias, coordenador do Cidadãos por Coimbra, dá o exemplo de casos de disparidade do número de votos por envelope para fundamentar o pedido de recontagem.

O coordenador do movimento fala ainda numa “degradação geral” das condições de voto, referindo a dificuldade de acessibilidade que pessoas mais idosas terão tido no acesso às urnas e na morosidade do acto para estes cidadãos, ou a má colocação de cabines de voto. José Dias lamenta ainda que haja pessoas “em mesas de voto que não são submetidas a formação prévia”. “Nos próximos actos eleitorais temos que dar mais relevância a estas operações. Não é simplesmente contar votos e declarar vencedores”, declara.

O responsável falava à margem de um plenário de membros do CpC, em que foi feita uma reflexão sobre os resultados eleitorais do movimento, que conseguiu eleger dois deputados municipais e seis elementos em várias freguesias do concelho.

No último domingo, a candidatura do socialista Manuel Machado voltou a ganhar as eleições, com 35,46% dos votos. O PS recebeu cinco mandatos, num executivo composto por 11. José Dias refere que candidato pelo CpC à autarquia, Jorge Gouveia Monteiro, não foi eleito por 48 votos. Num cenário de recontagem favorável ao movimento, o PS perderia um vereador.

Para além dos votos para a câmara, a CDU solicitou também a recontagem para a Assembleia Municipal, onde teve três deputados eleitos, menos dois em relação a 2013. A coligação entre comunistas e Os Verdes pediu igualmente uma nova contagem para a freguesia de São João do Campo, onde a CDU governava, mas que perdeu para o PS por uma margem de 31 votos.          

No acto eleitoral de domingo, o PSD elegeu três vereadores, perdendo um em relação a 2013. O candidato social-democrata, Jaime Ramos, já tinha dito antes das eleições que não assumiria a vereação, caso os conimbricenses não o escolhessem como presidente. A lista Somos Coimbra, encabeçada por José Manuel Silva, que concorria pela primeira vez, tem dois lugares e a CDU manteve o vereador Francisco Queirós.

Fase de transição

Na sequência do plenário de membros do CpC, José Dias diz que a reflexão sobre os resultados ainda foi condicionada pela recontagem dos votos que deverá decorrer ao longo de sexta-feira. No entanto, já há algumas conclusões. “Percebemos que o eleitorado rural não entendeu as nossas propostas e o eleitorado semi-rural entendeu pouco”. Foi nas freguesias urbanas onde o CpC teve melhores resultados.

A direcção do CpC vai a votos no início do próximo ano e, até lá, o movimento deve passar por uma fase de “transição”, diz José Dias, que não se recandidatará ao cargo. O responsável fala na necessidade de reorientar o movimento.

Apesar de o CpC ter ficado de fora do executivo camarário, vai ser mantido um grupo de apoio aos autarcas eleitos, coordenado por Jorge Gouveia Monteiro, que terá uma papel de “vereador sombra”. 

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