Cafôfo renova vitória no Funchal, com maioria absoluta

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Paulo Cafôfo Nuno Ferreira Santos

Quando Rubina Leal assumiu a derrota no Funchal, poucos minutos depois das 23h, rua acima, a uma dúzia de portas de distância da sede de campanha da candidata social-democrata, já se fazia a festa em tons de azul.

Paulo Cafôfo, o independente que ganhou a capital madeirense há quatro anos, com o apoio do PS e do Bloco, renovou o mandato à frente do principal município do arquipélago, mas tardava em chegar ao quartel-general da coligação Confiança.   

O compasso de espera explicava-se pelas contas finais na capital madeirense, já que existia uma real possibilidade de Cafôfo alcançar a maioria absoluta, que vinha pedindo na fase final da campanha. A dúvida prolongou-se durante várias horas – devido a um problema na recontagem numa das freguesias - e já o independente festejava com apoiantes num bar da cidade, quando se soube que a maioria fora mesmo conseguida. A coligação elegeu seis vereadores, o PSD quatro e o CDS um.

Antes, ainda os resultados oficiais não eram conhecidos, o presidente reeleito chegou à sede de campanha. A festa cresceu. A 100 metros de onde os apoiantes do PSD começavam a desmobilizar, as bandeiras azuis da Confiança ganharam novo impulso, por entre os líderes dos partidos que apoiam a candidatura – além de PS e Bloco, também o JPP, o PDR e o Nós, Cidadãos!. Fez-se história, começou por dizer aquele que há quatro anos era um praticamente desconhecido professor de História de uma freguesia rural da Madeira.

Numas eleições bastante bipolarizadas, em que a coligação Confiança dividiu o espaço mediático com o PSD que governa a região, os dois lados dividiram as dez freguesias entre si (nenhuma delas mudou de mãos) e a CDU perdeu o vereador que tinha conquistado em 2013. Foram esses votos, da área comunista, que Cafôfo foi buscar para melhorar o resultado de há quatro anos, já que o resultado de Rubina Leal foi sensivelmente o mesmo das últimas autárquicas.

Nas contas globais do arquipélago, o PSD continua a ser o partido mais votado – com mais do dobro dos votos do PS –, mas obteve um dos piores resultados de sempre e perdeu influência autárquica. Ficou com apenas três dos 11 municípios madeirenses, o mesmo número do PS e de movimentos independentes. JPP, em Santa Cruz, e CDS, em Santana, mantiveram as câmaras municipais ganhas nas últimas autárquicas.

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