Açores: Tudo (praticamente) na mesma

PS voltou a ser o partido mais votado, e com mais autarquias – 12 em 19 –, mas viu Ponta Delgada, o município mais importante do arquipélago, continua nas mãos do PSD.

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Nos Açores, o PS de Vasco Cordeiro não conseguiu a câmara mais desejada: Ponta Delgada LUSA/EDUARDO COSTA

Nos Açores, nada de novo. O PS continua a dominar o mapa autárquico e a ser o partido mais votado, mas continua também sem conquistar o principal município do arquipélago: Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

José Manuel Bolieiro, que há quatro anos venceu para o PSD a capital açoriana, derrotando um antigo secretário regional do governo socialista, repetiu este domingo o guião destronando nas urnas Vítor Fraga, o candidato do PS, que até há bem pouco tempo integrava o executivo dos Açores. Os social-democratas mantiveram a maioria absoluta com cinco vereadores (os restantes quatro continuam socialistas) e subiram ligeiramente a votação, face a 2013.

A manutenção da câmara de Ponta Delgada pelo PSD – a única vez que os social-democratas foram oposição na cidade foi entre 1989 e 1993 – era a grande incógnita da noite eleitoral açoriana, e acabou por não constituir uma surpresa. 

O interesse residia em saber quanto valia Vítor Fraga nas urnas, ele que era um dos mais destacados secretários regionais do governo de Vasco Cordeiro. Não valeu o suficiente (39,11% contra 51,28% de Bolieiro), para o PS recuperar uma autarquia que só governou uma vez, e em coligação com o CDS-PP.

Para encontrar surpresas é preciso viajar até ao concelho de Nordeste, no outro extremo de São Miguel, onde António Soares do PSD derrotou o socialista Carlos Mendonça, que se recandidatava a mais um mandato.

No resto, tudo igual, com os concelhos a se manterem fieis às cores partidárias adoptadas em 2013. O PS continua a liderar a Associação de Municípios açoriana, conquistando 12 das 19 autarquias do arquipélago, com apenas duas câmaras municipais a fugirem a esta dictomia PS-PSD: Velas, que continua nas mãos de Luís Silveira do CDS, e Calheta, que mantém o independente Décio Pereira, agora com o apoio socialista, na cadeira da presidência.

Velas e Calheta são os dois concelhos que compõem São Jorge, que continua a ser a única das nove ilhas sem influência autárquica dos dois principais partidos regionais.

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