Barcelona: um jogo-fantasma com uma vitória real

Catalães receberam e bateram o Las Palmas num Camp Nou tristemente despido. Vice-presidente do clube demitiu-se.

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Em condições normais, um 3-0 imposto pelo Barcelona ao Las Palmas seria pouco mais do que um jogo sem história. Mas o que aconteceu neste domingo, em Camp Nou, foi uma história que extravasou e muito os limites do estádio dos "blaugrana". O referendo pela independência que tomou conta da Catalunha também fez sentir os seus efeitos no futebol, com o líder da Liga espanhola a consolidar o seu estatuto sem uma única testemunha nas bancadas.

O Barcelona-Las Palmas arrancou muito antes do apito inicial de Jose Luis Montero. Começou com um debate que envolveu as direcções do clube catalão, da Real Federação Espanhola de Futebol e da Liga, e que se alargou aos adeptos. Começou com a ameaça de cancelamento do encontro da 7.ª jornada do campeonato e, mais tarde, com uma outra ameaça, a da invasão de campo por parte dos sócios “blaugrana” logo no primeiro minuto.

Era fácil perceber o que estava em causa. De um lado, os que queriam simplesmente adiar o jogo; do outro, os que defendiam que se realizasse, apesar do contexto. A direcção do Barcelona estava no segundo grupo e o presidente, Josep María Bartomeu, explicou porquê: “Lamentamos muito o que está a acontecer na Catalunha. É uma falta de liberdade de expressão e estamos preocupados, mas decidimos que, em vez de anular o jogo, jogaríamos à porta fechada. Não jogar significaria seis pontos perdidos, três por não jogar e três por sanção”.

A explicação não convenceu toda a gente, nem no elenco directivo (o vice-presidente Carles Villarrubí acabou por demitir-se do cargo), nem sequer dentro do balneário – a imprensa espanhola garante que Gerard Piqué terá jogado contra a sua vontade. A verdade é que a equipa entrou mesmo em campo, ouviu o hino com a camisola da senyera e trocou de equipamento para o embate com o Las Palmas. Ao seu redor, apenas silêncio.  

Por contraste, dentro das quatro linhas, o Barcelona parecia mais agitado que o habitual, como atestam os quatro cartões amarelos na primeira parte e a bola enviada ao poste por Jonathan Calleri, aos 43’. Desconhece-se qual a mensagem de Ernesto Valverde ao intervalo, mas os anfitriões surgiram na segunda parte preparados para justificar o dia, ainda que atípico, de trabalho: Sergio Busquets marcou aos 49’ e Lionel Messi ampliou aos 70 e aos 77’, naquele seu jeito alquimista de transformar o improvável em realidade.

Os catalães carimbavam a sétima vitória em sete jogos na Liga espanhola, confirmando o bom momento da equipa e cimentando a liderança da prova (23 golos marcados e dois sofridos). Um desfecho que, ainda assim, não foi suficiente para iluminar o Camp Nou mais triste de sempre.

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