Rony Lopes, mais uma jóia “made in Seixal” para Jardim lapidar

Transferido pelo Benfica para o Manchester City em 2011 por 500 mil euros, o internacional sub-21 começa a afirmar-se no Mónaco.

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Rony Lopes tem sido utilizado com frequência no “onze” do Mónaco neste arranque de campeonato Reuters/PASCAL ROSSIGNOL

Nasceu em Belém, capital do estado do Pará, no Norte do Brasil, e, apesar do assédio da Confederação Brasileira de Futebol, optou por representar a selecção de Portugal, país para o qual emigrou quando tinha quatro anos. Filho de pai brasileiro e mãe portuguesa, Marcos Lopes, que adoptou o nome “Rony” em homenagem ao avançado brasileiro Ronaldo, o seu ídolo de infância, deu nas vistas nas camadas jovens do Benfica, mas em 2011, com 15 anos, foi transferido pelos “encarnados” para o Manchester City, por 500 mil euros. Seis anos mais tarde, seguindo o percurso inverso ao de Bernardo Silva, Rony começa a afirmar-se no Mónaco e prepara-se para ser a próxima jóia “made in Seixal” lapidada por Leonardo Jardim.

A 5 de Janeiro de 2013, Rony Lopes ainda era um nome desconhecido da maioria dos portugueses. Apesar da qualidade mostrada nas cinco épocas em que representara do Benfica, dos sub-13 aos sub-17, a mudança do esquerdino para o Manchester City afastou-o dos radares da imprensa portuguesa. No entanto, bastaram três minutos para Rony ser notícia em todo o mundo: uma semana depois de completar 17 anos, foi lançado aos 87’ por Pellegrini na principal equipa do City, num jogo da Taça de Inglaterra, e, jogando ao lado de Tévez e Balotelli, fixou o resultado final frente ao Watford em 3-0, tornando-se no mais jovem jogador a marcar em competições oficiais pelo City.

Os três minutos de fama foram o rastilho para o início de uma guerra surda entre portugueses e brasileiros. Apesar de convocado para os sub-19 de Portugal, Rony Lopes recebeu no início de 2014 a visita de Alexandre Gallo, responsável pelas selecções jovens do Brasil. O objectivo era claro: incluir a promessa do City no projecto brasileiro para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. O médio ofensivo, no entanto, escolheu Portugal, o país que “acolheu” a sua família e lhe deu a “oportunidade” de se “formar como jogador”.

Incluído na Elite Development Squad do City, Rony Lopes continuou a saltar etapas. Em 2013-14, com idade para jogar nos sub-19 , foi chamado por quatro vezes à equipa principal dos “citizens” e brilhou na selecção sub-19 portuguesa que se sagrou vice-campeã. Com 18 anos e o rótulo de promessa, o esquerdino seria depois emprestado ao Lille, pelo qual, a 20 de Agosto de 2014, teve o primeiro frente a frente com o FC Porto: na pré-eliminatória da Liga dos Campeões, na qual os “dragões” afastaram os franceses. Após uma primeira época como sénior no norte de França (27 jogos, 3 golos), Rony ainda realizou a pré-temporada seguinte nos “citizens”, mas Pellegrini prescindiu do português e, a troco de dez milhões de euros, foi transferido em definitivo para o Mónaco.

Tapado no principado por Bernardo Silva, outro talento “made in Seixal”, Rony continuou a jogar por empréstimo no Lille nas duas últimas épocas, mas com a milionária venda de Bernardo para o City, Leonardo Jardim entendeu que Lopes, aos 21 anos, estava “no ponto”. Apesar da concorrência no ataque monegasco (Falcao, Ghezzal, Lemar, Jovetic, Keita Baldé e Carrillo), o “20” do Mónaco já conquistou o seu espaço e foi titular nas sete primeiras jornadas.

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