Marcelo foi o Condor 2 no Mediterrâneo para agradecer à Força Aérea

Presidente enalteceu o papel da Força Aérea na imagem internacional de profissionalismo português. E falou sobre o rating da República, para distribuir elogios aos portugueses, a Passos e a Costa.

Presidente fez visita de três horas aos militares da Força Aérea que participam na <i>Operação Indalo</i>
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Presidente fez visita de três horas aos militares da Força Aérea que participam na Operação Indalo LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
Presidente fez visita de três horas aos militares da Força Aérea que participam na <i>Operação Indalo</i>
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Presidente fez visita de três horas aos militares da Força Aérea que participam na Operação Indalo LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
Presidente fez visita de três horas aos militares da Força Aérea que participam na <i>Operação Indalo</i>
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Presidente fez visita de três horas aos militares da Força Aérea que participam na Operação Indalo LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Em apenas uma hora de voo sobre as águas espanholas ao largo da turística costa da Andaluzia, Marcelo Rebelo de Sousa viu um resumo do que são as missões quase diárias de quatro, cinco, seis horas, da equipa da Esquadra 502 da Força Aérea integrada na operação Indalo da Frontex, destacada na base aérea de Málaga. Nesta missão em que a aeronave C-295M Vimar tomou a designação Condor 2, a tripulação “fixou” uma série de alvos, entre “veleiros, cargueiros, pesqueiros”, captou imagens e enviou-as para o comando de apoio em terra para avaliação. São embarcações que tanto podem trazer a bordo, dissimulados, imigrantes ilegais como droga ou armas, estar a pescar sem licença ou a fazer despejos no mar.

Tudo com um “rigor preciso”, sem que os observados soubessem que estavam a ser monitorizados a larga distância, notou o Presidente da República, já na pista de Málaga. “É impressionante a sofisticação do controlo e a qualidade dos homens que fazem este controlo” – os rasgados elogios aos militares duraram toda a visita rápida de três horas a Málaga, com que Marcelo Rebelo de Sousa quis dizer “muito obrigado em nome de Portugal” ao destacamento de portugueses pelo “cumprimento exemplar e de excelência do seu dever” ao serviço da Frontex, a Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas da União Europeia.

E foi isso mesmo que repetiu aos 26 militares da Força Aérea (aos 15 em permanência, aos nove que os foram agora render e a mais alguns responsáveis) alinhados em círculo à sua volta no salão Biznaga, na base aérea. O que viu fê-lo “partir de coração cheio. Vim com grande expectativa; vou feliz.” Portugal participa na Frontex há dez anos. Este ano a Força Aérea já esteve em Itália, na operação Triton, com a aeronave P3 em Maio e Junho; agora fica em Espanha (operação Indalo) até ao final de Outubro, prevendo-se que possa estar em Itália durante Novembro – havendo ainda a hipótese de esta missão ser prolongada até Janeiro. Só este mês a equipa portuguesa já identificou 35 alvos com imigrantes ilegais e tráfico de droga e resgatou 141 migrantes (no total da operação este ano, as forças portuguesas salvaram 795 migrantes e apanharam 2217 quilos de droga).

Como comandante supremo das Forças Armadas, Marcelo tem sido bastante activo neste ano e meio no que à Defesa diz respeito – e isso mesmo foi realçado efusivamente pelo chefe do estado-maior da Força Aérea, na recepção ao Presidente. Na quinta-feira Marcelo volta a sentar-se com o Conselho Superior de Defesa Nacional, numa reunião em que se poderá decidir a próxima missão em África, o prolongamento da operação Indalo e também uma nova missão na Europa, disse o próprio aos jornalistas, sem querer especificar. “Portugal está, no quadro da União Europeia, da Nato e das Nações Unidas a fazer do melhor que se faz. E por isso todos nos querem. Dir-me-á: mas era bom que pudéssemos fazer mais. Bom, tentaremos fazer cada vez mais”, disse o Presidente.

Marcelo salientou o “salto em frente muito significativo” previsto para a Força Aérea nos próximos anos que representará a aquisição dos KC-390 para substituir os C-130 e a decisão sobre o aeroporto do Montijo, que obrigará a “redefinir dispositivos e capacidades”. “Somando os saltos em frente, estou optimista quanto àquilo que é o horizonte da Força Aérea nos próximos tempos.”

Sobre o “salto” do rating de Portugal, que saiu de “lixo”, o Presidente disse que, “em primeiro lugar, estão de parabéns os portugueses. Conseguiram. Conseguimos. Em segundo lugar, está de parabéns o Governo de Passos Coelho e os partidos que integraram esse Governo e os parceiros sociais (...). Está de parabéns o Governo liderado pelo dr. António Costa, o partido que o integra e os partidos que o apoiam no Parlamento e viabilizam os orçamentos, bem como os parceiros sociais que têm viabilizado ou apoiado o Governo.” Porém, avisou: "Nós ganhámos uma batalha, mas ainda não ganhámos a guerra. Há outras batalhas pela frente. A luta continua. A guerra continua a ter de ser travada todos os dias, mas para isso estão cá os portugueses.”

Depois da deslocação à Lituânia, esta viagem-relâmpago a Málaga não está incluída na lista das três visitas a missões militares portuguesas no estrangeiro para as quais o Presidente pediu autorização ao Parlamento e que disse ir realizar entre 1 de Agosto e 31 de Outubro. “Terei oportunidade de visitar brevemente outro empenhamento forte de Portugal” num dos vários “teatros de operações”, disse Marcelo, sem especificar, por razões de segurança.

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