Silly season

E eis-nos em Setembro.

É o final da silly season. Finalmente!

Muito de escreveu neste mês de Agosto. Muito se escreveu e pouco sumo se conseguiu espremer do conteúdo daquilo que li.

Li em determinada altura que havia uns livros carregados de polémica, ou melhor, iam haver, porque rapidamente desapareceram. Eram livros para meninas que eram mais fáceis de resolver que os livros de meninos, mas... afinal não eram.

Igualdade de género e blá blá blá, muitos textos e vídeos depois lá a notícia arrefeceu... afinal também eu poderia escrever e especular e dizer que me senti menosprezado, pois o autor é uma mulher, as ilustrações do livro para meninos são de uma mulher e as ilustrações do livro para meninos são também de uma mulher.

Enfim, assuntos mais prementes e pertinentes existiriam certamente, mas não é disso que o leitor gosta. O leitor gosta de polémica.

Li também que o ensino superior ia, ou vai, ou não sei quando, talvez vá mudar. Talvez vá, digo eu!

Universidades portuguesas que estão na vanguarda do ensino e blá blá blá, e afinal... os cursos de licenciatura e de mestrado que oferecem são exactamente os mesmos que ofereceram nos últimos, 5, 10, 15 anos. O sistema de ensino é o mesmo. As práticas pedagógicas são as mesmas. Não há renovação. Mas isso... isso não é notícia! Escolas que inovam, que apostam em práticas pedagógicas activas e que oferecem formações de vanguarda ficam camufladas. Talvez por serem privadas, talvez por serem uma ameaça, talvez por terem muita qualidade. Veja-se o exemplo do IADE, a inovar e a reinventar-se há mais de 45 anos.

Passei os olhos também pela política. Li que há ex-presidentes a quererem ser presidentes. Querem voltar ao poder depois de terem sido questionados, criticados, julgados e até condenados.

Há também aí um outro candidato que colocou em xeque a etnia cigana, e, imagine-se!, usou esse raciocínio na sua campanha eleitoral! Mas a cereja no topo do bolo, é a candidata que afirma... não perceber nada de política!

E pronto! Nada de novo neste país à beira mar plantado.

Resta-me voltar ao trabalho e dizer: “é o final da silly season. Finalmente!”

 

O autor escreve em desacordo ortográfico.

carlos.rosa@universidadeeuropeia.pt

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