Suldouro passou a ir buscar lixo reciclável a casa para atingir metas para 2020

Depois de mais de 300 casas terem recolha selectiva porta-a-porta, a Suldouro quer fazer chegar o serviço a 135 mil habitantes.

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A meta da Suldouro para 2020 é conseguir separar 45 quilos de resíduos recicláveis por habitante, nos concelhos de Gaia e Feira FERNANDO VELUDO / nFACTOS

A Suldouro, empresa responsável pela recolha de resíduos urbanos de Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira, está a ampliar, desde Julho, a área de cobertura do serviço de recolha selectiva porta-a-porta. Esta iniciativa, que foi testada a partir de Março do ano passado através de um projecto-piloto, passa pela entrega gratuita de três contentores aos moradores da área de intervenção da empresa, para a separação de resíduos recicláveis de papel/cartão, plástico/metal/ECAL e vidro em casa, e a sua respectiva recolha, com o objectivo de aumentar as taxas de reciclagem nestes dois concelhos cujos habitantes duplicaram a sua taxa de reciclagem em 2016.

Miguel Lima, presidente do conselho de administração da Suldouro, apresenta o serviço como uma forma de “facilitar ao munícipe o processo de separação de resíduos”. Esta é uma forma de atingir os resultados estabelecidos pelo Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020), que têm como principal objectivo minimizar o impacto ambiental e aproveitar o valor socioeconómico dos resíduos urbanos. A Suldouro pretende chegar um terço da população existente na sua área de intervenção, o que corresponde a aproximadamente 135 mil habitantes. Até agora, segundo dados fornecidos pela empresa, nove mil já têm ou podem pedir os seus contentores de 140 litros.

“Primeiro é elaborado um cadastro com as características físicas das áreas, identificando o número de moradias familiares, prédios e constrangimentos. Em seguida, as casas susceptíveis de integrar o projecto recebem uma carta informativa a esclarecer” a iniciativa, explicou Miguel Lima, relevando a parceria dos municípios de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira na escolha das zonas abrangidas pelo programa.

Tal como no panorama nacional, em que a produção de resíduos urbanos aumentou 3% entre 2015 e 2016, o lixo produzidos em Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira também aumentou em relação a 2015, embora a uma taxa inferior a 1% relativamente ao ano anterior. Em 2016, a Suldouro recolheu 184 952 toneladas de resíduos urbanos, sendo que 14 585 toneladas desses resíduos correspondem à recolha selectiva.

Segundo dados da Pordata, em 2014, cada habitante de Vila Nova de Gaia entregava para reciclagem, em média, 32,8kg de resíduos dos 490kg que eram recolhidos por pessoa. Por sua vez, no mesmo período, em Santa Maria da Feira, dos cerca de 389kg de lixo produzido por habitante, 43,9kg eram separados para reciclagem. Este valores não estão muito longe da meta do PERSU 2020 para a Suldouro relativamente às taxas de reciclagem, que prevê a recolha de 45kg de resíduos recicláveis por habitante.

Contrariamente aos anos anteriores, a Suldouro, em 2016, duplicou a quantidade de resíduos urbanos enviados para reciclagem. Miguel Lima enumerou o projecto-piloto de recolha porta-a-porta e o aumento do número de ecopontos nos espaços públicos como justificação para esse aumento. Além disso, explicou que foram realizadas “campanhas de recolha de resíduos de embalagem nas escolas, eventos, IPSS e outras instituições”, afirmando que a Suldouro “promove campanhas de comunicação e sensibilização, não só para aumentar a quantidade de resíduos recicláveis, mas também para promover a política dos 3R´s” - reduzir, reutilizar e reciclar -  no qual, nota, concentra atenções na necessidade de redução dos resíduos urbanos.

No projecto-piloto foram colocados mais de mil contentores em Telheira de Cima, em Vilar do Paraíso e Mosteiro, na freguesia de Pedroso, em Vila Nova de Gaia, e Lugar de Vila Boa e Santo André, em Santa Maria da Feira, sendo que cerca de 80% da população dessas zonas aderiu ao programa. “Metade dos residentes admitiu ter incrementado o seu comportamento de separação de resíduos como consequência do projecto-piloto”, refere Miguel Lima, afirmando que a “tendência nacional no aumento da recolha selectiva” também desempenhou um papel importante. Texto editado por Abel Coentrão

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