Primeiro prémio do World Press Cartoon para o iraniano Alireza Pakdel

O drama dos refugiados voltou a ser um dos temas recorrentes nos mais de 250 trabalhos da edição deste ano. No cartoon de Pakdel há um bote carregado que se afunda num oceanário, enquanto os visitantes se limitam a fotografar e a comentar, como se aquele fosse um acontecimento banal.

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O 1.º prémio do World Press Cartoon 2017, do iraniano Alireza Pakdel, põe em evidência o drama dos refugiados DR

Alireza Pakdel, do Irão, venceu este sábado o Grande Prémio do World Press Cartoon (WPC) 2017, com uma imagem sobre o drama dos refugiados, anunciou a organização numa cerimónia de entrega dos prémios nas Caldas da Rainha.

O desenho do cartoonista foi publicado num jornal iraniano em agosto de 2016, ano em que venceu o Grande Prémio Troféu Zélio de Ouro do 43.º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, no Brasil.

O "equilíbrio entre a qualidade do desenho, a pertinência do tema e a forma como foi abordado" no cartoon, que retrata o afogamento de refugiados, valeu, segundo o director do salão, o também cartoonista António Antunes, "o consenso do júri" na atribuição do prémio entregue no Centro Cultural e de Congressos (CCC) das Caldas da Rainha. Além do 1.º lugar atribuído a Alireza Pakdel, na categoria de Cartoon Editorial, o 2.º lugar foi atribuído a Kountouris (da Grécia) e o 3.º ao francês Cost.

Na categoria de Desenho de Humor, o vendedor foi Toshow, da Sérvia, tendo os segundo e terceiro prémios sido atribuídos a Swen, da Suíça, e a Bonil, do Equador, respectivamente. Dois brasileiros, Fernandes e Baptistão, conquistaram respetivamente o 1.º e 2.º prémios na categoria de Caricatura, que atribuiu o 3.º lugar a Gio, da Itália.

Os prémios da 12.ª Edição do World Press Cartoon, que pela primeira vez decorreu nas Caldas da Rainha, foram entregues durante um espetáculo de música e humor que contou com a presença de todos os autores premiados. O espetáculo foi protagonizado pelo artista de humor belga Elliot e pela portuguesa Maria Rueff, contando igualmente com a orquestra Begin Big Band, constituída por músicos portugueses cujo reportório remete para os clássicos das orquestras de jazz dos anos 50.

Os trabalhos vencedores foram selecionados por um júri internacional de cartoonistas, que reuniu nas Caldas da Rainha em Abril, e que integrou, além do director do salão, o português António Antunes, Ross Thomson, da Grã-Bretanha, Hermenegildo Sábat, do Uruguai, Angel Boligán, do México, e Zoran Petrovic, da Alemanha. Os cartoons premiados integram uma exposição de 267 caricaturas, cartoons editoriais e desenhos de humor que retratam os mais emblemáticos momentos do último ano.

A exposição, inaugurada também no sábado no CCC, tem representados 168 jornais e revistas de 51 países, cujos cartoons podem ser apreciados entre domingo e o dia 10 de Agosto, com entrada livre.

A entrega dos prémios foi antecedida pelo lançamento de três novos "figurões", uma coleção de figuras de Bordallo, desenhadas pelo cartoonista António e produzidas e pintadas à mão na Fábrica Bordallo Pinheiro. Amália, Mick Jagger e Fernando Pessoa foram as figuras lançadas, aumentado para oito as peças idealizadas por António, que havia já desenhado Eusébio, o Papa Francisco, Angela Merkel, Barack Obama e Mário Soares.

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