O inferno das obras na EN 125 deverá terminar antes do Verão

O ministro Pedro Marques pede “um pouco mais de paciência” aos utentes que enfrentam filas intermináveis no troço entre Boliqueime e Albufeira.

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Vasco Célio

As obras de requalificação da Estrada Nacional 125 estarão concluídas até ao Verão. “Dentro um mês, um mês e pouco”, precisou o ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, nesta quarta-feira, em Faro, no final do lançamento do projecto de valorização turística da Estrada Nacional 2 que liga Chaves à capital algarvia, atravessando 35 municípios. Nos últimos oito anos, a antiga Estradas de Portugal (actualmente designada por Infraestruturas de Portugal (IP) pouca ou nenhuma conservação fez nas vias rodoviárias da região.

O ritmo dos trabalhos de melhoramentos da EN 125, principalmente no troço entre Boliqueime e Albufeira, não se coaduna com o aceleramento da actividade turística que já se verifica na região. “Há zonas onde é realmente difícil a circulação neste momento, mas é por um boa razão”, reconheceu Pedro Marques, pedindo aos utentes “um pouco mais de paciência” para compreenderam os atrasos. Na ligação de Faro à EN 2, no acesso à Via do Infante, vai ser construída uma rotunda, no valor de 300 mil euros, com concurso a lançar pela IP nas próximas duas semanas.

Em 2003, o troço da EN 2 entre Almodôvar e São Brás de Alportel foi classificado de “estrada património”, mas a partir dessa altura não teve conservação, à semelhança do que se passou noutras vias da região. Durante a próxima semana realiza-se uma prova de cicloturismo de Chaves a Faro, com 30 participantes, destinada a chamar a atenção para as potencialidades turísticas do interior do país. O presidente da associação de municípios para a valorização da EN 2, Luís Machado, disse que o objectivo das autarquias envolvidas neste projecto é criarem um “produto turístico” alternativo ao sol e praia, dando a conhecer sítios de um país que ainda tem muito por descobrir: “Na Nacional 2, cabe um país inteiro”, ilustrou o presidente da IP, António Laranjo.

No que diz respeito à EN 125, o ministro Pedro Marques prometeu para o próximo ano a eliminação dos “pontos negros” do troço entre Olhão e Vila Real de St António.

As obras de requalificação da EN125 foram lançadas em 2009, no governo de José Sócrates, com a ambição de fazer desta “estrada da morte” uma via segura, com perfil urbano. A concessionária, Rotas do Algarve Litoral (RAL), não cumpriu o que estava estipulado na PPP- Parceria Público/Privado. As obras, por falta de financiamento, pararam em 2012. Nos últimos anos, de negociação em negociação, foram sendo reduzidos os investimentos com cortes nas obras programadas, e algumas iniciadas. Por exemplo: a construção a ligação de Albufeira ao IC1 ficou adiada sine die, com o esqueleto da ponte no ar.

Outra das situações criticas é a ligação de Loulé a Vilamoura/Quarteira. “Estamos a monitorizar”, é resposta que a IP tem dado às reclamações apresentadas pela câmara, chamando a atenção para os rebaixamentos e degradação do pavimento. Na prática, nos últimos oito anos, nem a RAL fez as obras de melhoramentos que se tinha comprometido, nem a Infraestruturas de Portugal (IP) procedeu à conservação das vias sob a sua jurisdição. 

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