Irlanda investiga Stephen Fry por blasfémia

Polícia da República da Irlanda abriu uma investigação sobre declarações proferidas em 2015 durante um programa de televisão.

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FRED PROUSER/Reuters

O actor e humorista britânico Stephen Fry está sob investigação da polícia irlandesa por comentários feitos num programa de televisão em 2015 que podem ser considerados blasfemos à luz da lei daquela república.

O caso nasce de uma queixa de um telespectador contra Fry, ainda em 2015. As autoridades investigam agora se o actor violou uma lei aprovada em 2009 que pune afirmações ou actos que insultem qualquer religião ou que ofendam os seus fiéis. Segundo a BBC, nunca ninguém foi julgado pela violação desta lei, cuja pena prevê multas de até 25 mil euros.

Num programa na RTE, a radiotelevisão irlandesa, Fry foi questionado sobre o que é que diria a Deus quando chegasse ao céu depois de morrer. “Como se atreve a criar um mundo onde existe tanta miséria? A culpa não é nossa. Não é correcto. É absolutamente, absolutamente maligno. Porque haveria de respeitar um Deus caprichoso, malicioso, estúpido que cria um mundo que está tão cheio de injustiça e dor?”, era o que diria Fry a Deus, segundo a resposta que deu ao jornalista.

Quando a conversa passou para os deuses gregos, o actor referiu que estes “não se apresentavam como omniscientes, completamente sábios, completamente benévolos”.

“O Deus que criou este Universo, se é que foi criado por um Deus, é claramente um maníaco, um completo louco, totalmente egoísta”, rematou.

Na altura, Fry afirmou à BBC que o humorista se sentia completamente “espantado” pelas reacções às suas declarações. “Eu não penso que tenha mencionado nenhuma religião em particular e certamente não tinha essa intenção, e, na verdade, eu não disse nada de ofensivo em relação a nenhuma religião em particular”, afirmou ainda Fry.

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