Adeptos do Benfica imitam som de very light, Sporting pede acção do Ministério Público

O incidente deu-se no derby de futsal disputado este sábado no Pavilhão de Luz e foi classificado por Nuno Saraiva, director de comunicação do Sporting, como "um acto inqualificável" que se "repete ano após ano".

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O caso deu-se este sábado, no Pavilhão da Luz, no encontro que opôs Benfica e Sporting e que terminou empatado 1-1. LUSA/Tiago Petinga

Alguns dias depois do escândalo provocado pelo cântico entoado pelos Super Dragões num jogo de andebol entre o FC Porto e o Benfica, aludindo ao acidente aéreo que vitimou grande parte da comitiva do clube brasileiro Chapecoense e com os encarnados como alvo, nova demonstração de mau gosto em pavilhões portugueses. Desta vez, originado em adeptos do Benfica e com o Sporting como alvo. Durante o jogo de futsal realizado ontem no Pavilhão da Luz, que opôs o Benfica ao Sporting, a claque apoiante do clube da casa simulou com assobios o som de um very-light, numa alusão ao incidente ocorrido em 1996, no final da Taça de Portugal que Benfica e Sporting disputaram no Jamor, quando Rui Mendes, adepto dos "leões", foi morto por um projéctil daquele tipo disparado por um elemento da claque benfiquista No Name Boys.

Nuno Saraiva, director de comunicação do Sporting Clube de Portugal, denunciou o caso na sua página de Facebook e pediu a intervenção do Ministério Público. “Aquilo a que hoje se assistiu é mais um acto inqualificável que devia envergonhar e muito a instituição em causa. Mais ainda porque se repete ano após ano”, acusa.

Em 2015, causou polémica a tarja usada pelos No Name Boys durante um derby de futsal. “Very Light 1996”, lia-se na faixa erguida, ao que se sucederam cânticos de “amanhã há mais" - no dia seguinte, iriam defrontar-se as equipas principais de futebol dos dois clubes. A direcção do Sporting pediu punição para adeptos e clube. O Benfica, através do seu director de comunicação, João Gabriel, reagiu inicialmente afirmando: “acabou o blackout [a que o Sporting se impusera] e voltou o folcore”. Seis dias depois do sucedido, Luís Filipe Vieira, presidente benfiquista, acabaria por falar sobre o caso, considerando o incidente “lamentável e injustificável”.

A claque benfiquista afirmou que a tarja era a resposta a uma t-shirt criada anteriormente pela Juventude Leonina, que aludia à morte, em 1994, de um membro destacado dos No Name Boys. Jorge Maurício, alcunhado Gullit, morreu num acidente de viação quando regressava a Portugal depois de acompanhar um jogo do Benfica nas competições europeias: “Vão demorar muito a chegar? Auto-estrada 1994. Uma viagem inesquecível! Bateu forte!”, lia-se na t-shirt criada pela Juventude Leonina onde surgia estampada a foto do adepto. 

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