Aplicação para emergências no estrangeiro já foi usada por mais de 7600 portugueses

Chama-se Registo Viajante, mas é uma espécie de 112 para qualquer português que necessite de ajuda fora de Portugal.

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É possível pedir ajuda mesmo sem inscrição no consulado RUI GAUDÊNCIO

Na passada semana, após o ataque terrorista em Estocolmo, o Governo fez um apelo aos cidadãos portugueses na Suécia ou em viagem para aquele país: deviam descarregar para os seus smartphones a aplicação Registo Viajante, sendo esta a melhor forma de, em caso de uma emergência, estarem em contacto com o Gabinete de Emergência Consular (GEC) das comunidades portuguesas. A aplicação, lançada em meados de Janeiro deste ano, já conta com 7676 utilizadores.

A aplicação já foi, contudo, descarregada 12.640 vezes, o que significa que pouco menos de metade já tem aplicação no seu smartphone, mas ainda não a utilizou.

A aplicação gratuita, disponível para os sistemas Android e iOS, funciona como uma espécie de 112 que os portugueses em viagem no estrangeiro ou que estão a trabalhar ou a viver noutro país podem activar em situação de emergência, como, por exemplos, em casos de catástrofes, acidentes rodoviários ou ferroviários, atentados terroristas e outras situações de insegurança. Como está escrito no texto de apresentação da app o objectivo é estar perto de quem está longe.

Segundo números revelados ao PÚBLICO pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, até ao dia 5 deste mês, além dos 7676 registos de utilizadores na app, já foram feitos 3497 registos de viagens de portugueses que se deslocam ao estrangeiro, por exemplo, em turismo ou em negócios. Os restantes dizem respeito a cidadãos portugueses a viver ou a trabalhar temporariamente no estrangeiro.

Só um pedido de auxílio válido em 27

Em menos de três meses foram ainda lançados 27 pedidos de auxílio, sendo que 26 foram considerados nulos. O único válido refere-se ao caso de um cidadão que perdeu o cartão multibanco e teve o apoio do GEC. Todos os outros pedidos de auxílio foram considerados infundados ou lançados por engano.

Quando se recorre à aplicação, a informação é recebida pelo GEC, que, através do serviço georreferenciação, identifica o local exacto onde se encontra o utilizador. Em caso de haver um problema grave, este poderá pedir ou receber informações sobre o que fazer ou onde se dirigir.

O Governo aconselha todos os viajantes ou outros portugueses no estrangeiro a descarregarem a app, garantindo que os dados pessoais inseridos ficarão apenas no GEC, que assegura a sua segurança e confidencialidade.

Quem se inscreve no Registo Viajante recebe informações sobre as condições de segurança no país para o qual se desloca e outras informações úteis, como a morada da representação diplomática mais próxima do local onde se encontra. É também disponibilizada informação actualizada dos países, cidades, regiões ou locais de visita. O utilizador tem ainda informação sobre os alertas em vigor no país que visita, lançada pelo Estado português ou outras entidades estrangeiras de referência.

Aplicação “está a ser um sucesso”

Para José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, os números revelam que a aplicação “está a ser um sucesso”. “Segundo a informação que nos tem chegado dos utilizadores, sejam viajantes sejam portugueses a viver no estrangeiro, ela tem-se revelado muito útil e pelo facto de poderem estar sempre contactáveis, caso necessitem de ajuda, aumentou o sentimento de segurança”, afirma.

No que respeita ao Governo, José Luis Carneiro diz que a app se tem revelado “igualmente de grande utilidade” pois possibilita ter “uma percepção mais rápida do número de portugueses num local onde tenha havido uma situação de emergência e dar uma resposta imediata”. Permite, por outro lado, “dar apoio a um português que, por exemplo, esteja temporariamente a trabalhar no estrangeiro, mas que não se registou no consulado”, o que faria com que as autoridades desconhecessem a sua situação. “Se tiver a aplicação e não estiver inscrito no consulado nós podemos ajudar de imediato caso um cidadão português necessite de apoio numa eventual situação de emergência”, acrescentou.

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