O Europarque tem uma nova cara

O Europarque, em Santa Maria da Feira, foi recuperado e tem um novo design criado por Paulo Marcelo

Foto
DR

O Europarque esteve “morto” durante algum tempo, mas numa questão de dois anos voltou à vida. Foi totalmente recuperado e a “cereja no topo do bolo” é o novo design de Paulo Marcelo.

Quem conhece o Europarque em Santa Maria da Feira já viu as carpas saltarem no lago para pedirem comida aos visitantes, já apanhou sol enquanto caminhava junto ao rio e já se sentou à sombra num dos muitos bancos de jardim. Mas o Europarque não é apenas isto, aliás, a sua principal função é ser um centro de congressos.

Conjugar estas duas realidades no mesmo design foi, para Paulo Marcelo, o maior desafio. “O Europarque é um espaço muito versátil, por isso seria complicado traduzir a sua essência num único elemento”, explica o designer.

Foto

Um elemento não chegava, então Paulo Marcelo desenhou quatro. Explica que “houve necessidade de criar um conjunto de pictogramas, de elementos simbólicos que ajudassem a perceber a história do Europarque.”

Foto

Os quatro símbolos não são obra do acaso. Foram pensados e desenhados por Paulo Marcelo e cada um representa uma dimensão do parque de Santa Maria da Feira. Uma matriz de pontos que evoca o dinamismo e a versatilidade, uma forma circular para a proximidade, barras horizontais para que a história do parque não seja esquecida e um quarto ícone simbólico da natureza e todo o ambiente envolvente do parque.

Foto

Influências do norte

Paulo Marcelo tem grande interesse pelo design vintage, ou como gosta de lhe chamar retrodesign, mas não teve oportunidade de incluir estas influências no trabalho para o Europarque. “Gosto muito do retrodesign e estudo as marcas antigas portuguesas, mas para este trabalho inspirei-me sobretudo no design nórdico.”

A inspiração no norte está um pouco por todos os elementos da nova cara da Cidade dos Eventos, quer nos pictogramas, quer na tipografia. “O espaço envolvente do Europarque é muito importante”, explica Paulo, que acrescenta que “há um elemento de influência islandesa que tem precisamente que ver com a natureza e tenta trazer para o design a maior vantagem do Europarque relativamente aos outros centros de congressos: a ampla zona verde.”

No caso da tipografia, Paulo foi mais longe e não se ficou apenas pela inspiração. Convidou o designer tipográfico islandês Guðmundur Úlfarsson para o ajudar na criação das letras com que agora se escreve Europarque. A colaboração do atelier OR TYPE, de Reiquiavique foi bastante importante para a nova marca, defende Paulo. "É uma tipografia diferenciadora" que expressa a inovação do Europarque.

O Europarque em todo o lado

“A marca é transversal” diz Paulo, explicando que está tanto no uniforme das hospedeiras que recebem quem chega às conferências do Europarque como está na sinalética que orienta os visitantes.

Os novos pictogramas cobrem o Europarque de uma ponta à outra e também podem ser levados para casa. “É uma marca transversal”, diz Paulo que explica que o novo design “tanto está nas roupas que usam as hospedeiras do parque, como nas placas de sinalética que guiam os visitantes”. Também vai haver merchandising: quem quiser uma recordação do Europarque tem a oportunidade de levar para casa lápis, canecas ou pins com o novo design.

Paulo conta que queria fazer algo diferente e embora tenha recorrido a elementos gráficos muito simples queria fazer uma criação que prevalecesse no tempo. “Pode-se estranhar um bocadinho, mas com o tempo entranha-se” diz Paulo acerca da nova imagem. E talvez seja mesmo assim, porque o trabalho de Paulo já foi destacado internacionalmente, com medalha de bronze, na categoria design dos “Prémios Lusófonos da Criatividade”.

Para Paulo Marcelo, a recuperação do Europarque consistiu no rejuvenescimento da imagem e na dinamização de actividades. “O edifício do Europarque sempre se manteve bem conservado porque tem uma boa construção, a recuperação feita foi a da imagem. Já não acontecia nada no Europarque, mas agora está mais dinâmico", diz.

O trabalho no Europarque não está acabado porque “num equipamento destes há sempre muito trabalho a fazer", diz Paulo Marcelo, "mas o rebranding, esta modernização da imagem, é claro um aspecto muito importante, é um complemento ao trabalho que foi feito.”

Sugerir correcção
Comentar