Oposição a Cristas defende que CDS "não se esgota" em Lisboa

Jantar do grupo liderado por Filipe Lobo d’Ávila juntou centena e meia de pessoas.

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A oposição interna do CDS está a cargo de Filipe Lobo d’Ávila Nuno Ferreira Santos

O desafio das eleições autárquicas para o CDS é “cada um dos concelhos” e “não se esgota em Lisboa”. A mensagem foi deixada por Filipe Lobo d’Ávila, deputado e número um da lista do Conselho Nacional alternativa à lider do CDS, durante um jantar esta sexta-feira que juntou perto de 150 militantes.

O grupo, que é crítico da direcção de Assunção Cristas, reuniu-se em Gondomar, cidade onde há um ano se realizou o congresso que elegeu a sucessora de Paulo Portas e em que se apresentou com a moção “Juntos pelo futuro”.

Filipe Lobo d’Ávila, segundo um comunicado subscrito pelo grupo da moção, reforçou a ideia de que há disponibilidade para “participar” nas eleições autárquicas e para contribuir para um “bom resultado a nível nacional”. Mas deu voz aos que criticam que a líder do partido tem apostado tudo na sua candidatura à Câmara de Lisboa, esquecendo o resto do país. “A nossa prioridade é cada um dos concelhos em que estamos presentes, não se esgota em Lisboa”, declarou.

O ex-secretário de Estado da Administração interna deixou ainda um recado à líder do CDS sobre a relação com o PSD, referindo que é necessário sublinhar as diferenças “sem faltas de respeito mútuo” e "sem a agressividade que impeça os entendimentos que Portugal possa vir a exigir”. E balizou as leituras dos resultados eleitorais que podem servir para as autárquicas, e em particular para Lisboa, onde a actual gestão socialista é vista como tendo fortes possibilidades de ganhar: “Nenhum resultado do CDS poderá ser tido como satisfatório em eleições que perpetuem o PS no poder”.

No jantar, também intervieram José Carmo sobre política económica, e o ex-deputado Raul Almeida sobre os valores do partido. Raul Almeida defendeu que o CDS deveria ser contra as quotas para combater a desigualdade de género quando for chamado a votar no Parlamento uma proposta do Governo que pretende impor essa regra nas empresas públicas e cotadas em bolsa. Além de Altino Bessa, ex-deputado e membro deste grupo e João Casanova, ex-secretário de Estado da Educação, também compareceu José Paulo Carvalho, ex-deputado que estava afastado da vida partidária do CDS.  

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