"As coisas estão a mudar lentamente" em relação à igualdade de género, diz Cristas

A líder do CDS-PP considera importante dar lugar aos exemplos masculinos relacionados com a evolução da igualdade de género na sociedade portuguesa.

Foto
Assunção Cristas, durante a intervenção no 1.º Encontro Nacional de Estudantes de Sociologia LUSA/PAULO NOVAIS

Assunção Cristas considerou esta sexta-feira que o uso de exemplos positivos pode ser mais eficaz na luta pela igualdade de género, mostrando as transformações que estão a acontecer do lado dos "homens e dos pais".

"Gostava que houvesse mais espaços para sublinhar as transformações que estão a acontecer do lado dos homens e dos pais. Acho que talvez tivesse um efeito acelerador mais eficaz, por vezes, do que estar sempre sublinhar a parte feminina, que é muito importante", afirmou a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, que falava num painel intitulado Lugar da mulher é..., inserido no 1.º Encontro Nacional de Estudantes de Sociologia, que decorre em Coimbra.

Segundo a líder do CDS-PP, "as coisas estão a mudar lentamente" em relação à luta pela igualdade de género na sociedade portuguesa, mas é preciso dar espaço "aos homens para também mostrarem o outro lado".

"Há muitos homens que têm esta preocupação [de conciliação do trabalho com a família] como as mulheres têm", notou, realçando que deveriam aparecer mais homens a dizer "que têm de ir buscar a criança à escola ou levá-la ao médico".

Para Assunção Cristas, uma participação "mais intensa por parte dos homens nas tarefas domésticas e nas tarefas de educar os filhos" ainda é "socialmente muito pouco aceite". Apesar disso, a ex-ministra frisou que a luta por parte das mulheres também "é muito importante e os números mostram" que se tem de continuar "a batalhar por esta agenda".

"Quando olhamos para os números, vemos a diferença entre os direitos no papel e depois a prática concreta", constatou, sublinhando que, para além das mulheres receberem em média menos do que os homens num posto de trabalho igual, acabam por gastar "mais três horas do que os homens nas tarefas domésticas".

Além de Assunção Cristas, o painel contou também com a participação de Regina Tavares da Silva – que foi presidente da Comissão da Condição Feminina, de 1986 a 1991, e da Comissão para a Igualdade e Direitos das Mulheres, de 1991 a 1992.

Sugerir correcção
Comentar