Aprender a ver imagens

A discussão à volta da fotografia vencedora do World Press Photo vem e vai de maneira ritualista. Estaremos a fazer as perguntas certas?

Nestes dias de burburinho à volta da moralidade, da ética, da deontologia e da decência na decisão de se reproduzir (ou não) a fotografia vencedora do World Press Photo 2017 dominará a presunção de que a nossa opinião é a mais acertada. O Facebook incendiar-se-á com argumentum ad nauseam. As posições políticas extremar-se-ão. A caixa de email do concurso de fotojornalismo com sede na Holanda é capaz de ficar entupida com tantas reacções de protesto e de apoio. E a revelação de que o presidente deste salão de fotografia (Stuart Franklin, da Magnum) votou vencido já fez o papel de cereja no topo do bolo. Todos os servidores serão poucos para aguentar a discussão sobre se o fotojornalista da AP Burhan Ozbilici deveria ter fugido ou carregado no botão da câmara no momento em que, de dedo em riste e de arma em punho, Mevlüt Mert Altintas gritou: “Não se esqueçam da Síria! Não se esqueçam de Alepo!” As casas das máquinas onde se cruzam os cabos de rede já fumegam com tanta homilia sobre o pecado (ou o tino) de se dar à estampa a expressão vulcânica do ódio de Altintas, a consumação do crime e o seu regozijo em tê-lo acabado de cometer.

Vou tentar contribuir o menos possível para a gritaria.

Caricaturando um pouco (e resumindo muito), as opções dos media nos dias 19 e 20 de Dezembro de 2016 andaram, grosso modo, entre o higiénico/beato (versão “é melhor não publicar, porque ainda posso chocar alguém”) e o realista/pragmático (versão “o mundo também é isto, e, neste caso em concreto, é nosso dever mostrá-lo tal qual ele é, ainda que isso possa chocar alguém”). No que diz respeito ao fotojornalismo, prefiro mil vezes sites e jornais que me mostrem os acontecimentos do mundo tal como eles são (e que me deixem decidir sobre a moralidade, honestidade, integridade, propriedade, justeza, probidade ou política do seu conteúdo). Desconfio dos media que omitem coisas, que truncam a realidade segundo supostos valores morais e éticos. Por isto: com os primeiros sei com o que conto se voltar a eles; nos segundos posso nunca saber o que ficou por mostrar ou o que se omitiu deliberadamente, o que fica por trás de uma neblina paternalista e inchada de saber profissional.

É claro que há fotografias impublicáveis (feitas por fotojornalistas ou outros). Vi algumas dessas imagens recentemente a propósito da chacina entre prisioneiros no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, Manaus, no Brasil – com a diferença de que não se pode chamar àquilo fotojornalismo, mas sim o grau zero do aproveitamento sádico e mórbido por parte de um miserável predador de cliques mascarado de órgão de informação.  

Sem mais delongas: sim, a fotografia de Burhan Ozbilici é publicável por qualquer órgão de informação que preze o dever de informar e o direito à informação. O direito à informação não acaba nos textos, nem nas vozes (que podem ser tanto ou mais explícitas, gráficas ou pornográficas do que as imagens). O direito à informação inclui imagens (fotográficas, videográficas, infográficas). E, eu sei, as imagens às vezes “mordem”, perturbam-nos, chocam-nos, fazem-nos chorar (já vi pessoas aqui na redacção do PÚBLICO a chorar por causa de fotografias que viram em agências de notícias).

Mostrar a realidade não é um exclusivo dos jornalistas. Aliás, os jornalistas e os fotojornalistas não só não têm esse exclusivo, como o que mostram e o que dão a ouvir (em palavras, em imagens e em sons) é fruto de uma interpretação subjectiva da realidade (embora enquadrada por regras profissionais).

Mas, apesar de toda a subjectividade no exercício da sua profissão, é dever dos jornalistas mostrar a realidade (e isto sem qualquer espírito de missionário devoto). E discutir, quando necessário, o que (e se) se mostra, arredando da conversa a moral, a política e a economia. Ou ponderando muito argumentos do tipo daquele defendido por Stuart Franklin, segundo quem estaríamos a promover "a ligação entre martírio e publicidade” ao dar um prémio de escala global a Ozbilici. Como? Mevlüt Mert Altintas não precisaria do World Press Photo, do fotojornalismo, do jornalismo, das conferências de imprensa para dizer o que disse. Nem para mostrar o que queria mostrar. Nem para ampliar a mensagem que queria ampliada depois de ter cometido com frieza o crime bárbaro que cometeu. Para além da arma que levou no casaco, só precisava de uma ligação 4G, de um telemóvel e de uma conta de Twitter ou de Periscope. E é preciso lembrar que para além do fotojornalista da AP, houve quem entre a assistência tivesse registado o momento do assassinato em vídeo e que o divulgou no YouTube (provavelmente alguém que não é jornalista).

Ao não mostrar uma fotografia com um acontecimento deste tipo, como o fizeram muitos jornais e sites do mundo inteiro, estamos a proteger quem de quê, afinal? Quantos atentados evitaram o Le Monde e outros órgãos de informação franceses ao não publicar os nomes dos autores do atentado que vitimou o padre Jacques Hamel, em Saint Etienne de Rouvray, França, em Julho de 2016? Tenho muitas dúvidas de que uma decisão branqueadora deste tipo possa ter tido algum efeito, depois de as caras e os nomes dos terroristas estarem cravados em tudo quanto é sítio no mundo (nos jornais e fora deles). Para além de ser política, a decisão do Monde, que não queria “ceder” ao desejo de “glorificação póstuma” dos terroristas, é baseada na assunção de que os terroristas procuram “apenas” o reconhecimento que os media lhes proporcionam. Acontece que um jornal não é um partido político. Não é uma esquadra da polícia. Não é um tribunal. E não é uma sacristia. Como também não pode ser um banalizador da crueldade, da violência e da barbárie, uma máquina reprodutora de imagens gratuitas e descontextualizadas. Um jornal deve recusar o sensacionalismo e a exploração mercantil da matéria-prima com que faz informação. Deve incorporar regras de ética e deontologia e usar critérios de bom senso (mais do que de bom gosto), quando está perante questões complexas como as que levanta a fotografia de Burhan Ozbilici. Mas também deve, num exercício de equilíbrio que não é fácil, recusar a tentação paternalista de esconder imagens com base em pressupostos extra-editoriais, não jornalísticos.

Mais do que proteger os olhos dos outros de imagens chocantes (uma utopia mais ou menos insana nos dias que correm), talvez devêssemos discutir as consequências da velocidade com que hoje se publicam fotografias sem parar um segundo para pensar. Ou reflectir sobre o esvaziamento da função de edição de fotografia nos media (um problema sem solução à vista, que nasceu com as redacções digitais a trabalhar em horários alargados). Ou sobre o fim de uma maneira de fazer fotojornalismo (que até está distante desta imagem de Burhan Ozbilici). Ou ainda sobre a possibilidade do fim do fotojornalismo como garante testemunhal, de profissão com regras claras. O fotojornalismo não tem hoje, que eu conheça, nada que o substitua. E, no entanto, não temos parado de lhe negar espaço (nas páginas dos jornais, nos ecrãs, na nossa cabeça). Qual foi o último ensaio documental profundo que vimos num jornal diário, num site de informação generalista? Trabalhos que envolvem investigação, confiança, relacionamento e lentidão de produção. Talvez esteja mais próximo do que imaginamos o dia em que o fotojornalismo será relegado para festivais de celebração do documento e da verdade, que deixe de estar no nosso quotidiano.

Nesta fase mais acesa da discussão entre o “publicar/não publicar”, “dar prémio/não dar prémio”, “dar prémio principal/não dar prémio principal” talvez devêssemos começar a discutir também outros aspectos da nossa relação com as imagens e sobre a iliteracia reinante quando se trata de lidar com elas, de reagir ou intervir sobre elas.

Por mais que esteja interessado nela (e à minha escala, que seja também parte dela), a discussão sobre a oportunidade da reprodução da fotografia de Ozbilici é mais ou menos uma prova de vida regular e ritualista de classe, acompanhada por uma mão-cheia de leitores/comentadores empenhados e por um incêndio descontrolado de bitaites na densa floresta das redes sociais, sempre prontas a arremessar imagens de um lado para outro, como se fossem bolas de pingue-pongue.

As imagens fotográficas (mais do que outras imagens em geral) têm esse lado espontâneo, que é ao mesmo tempo uma das suas principais forças e uma das suas maiores fragilidades – ou melhor, um dos seus maiores perigos. As fotografias estimulam uma reacção rápida do tipo “gosto”, “não gosto”, “comento”, “deixo um emoji”. Foi neste imediatismo (associado ao narcisismo das selfies e ao filão do revivalismo dos filtros vintage) que cresceu um gigante que se chama Instagram. É fácil (extraordinariamente rápido) “comentar” uma fotografia. Adoro! (como diria Trump). Adoramos. Todos. E, para ajudar à voragem imediata, as fotografias não têm título, não têm lead, não precisam de se “ler” até ao fim. São, aparentemente, um corpo uno, cuja apreensão superficial começa e acaba em milésimas de segundo. “Gosto”, já está. Próxima!

Consumimos imagens de forma crescente pelo menos desde o tempo em que as cavernas de Lauscaux eram a nossa única rede social (com a vantagem de aqui se permitir a publicação de nus integrais e de não haver algoritmos a decidir que pinturas seriam moralmente aceitáveis nas paredes). E não há nenhum sinal de que essa linha de consumo possa cair. Bem pelo contrário. Mas há sinais de que estamos a entrar num nivelamento, em que todas as imagens têm o mesmo valor, a mesma hierarquia, a mesma categoria, a mesma origem, uma autoria indistinta, em que são todas a mesma coisa, uma espécie de white noise que nos entorpece, que nos seduz, que nos encandeia e que nos cega.  

Se são assim tão parte de nós, porque não nos ensinam a consumir imagens, a descodificar os seus contextos de produção, os seus usos, a forma como se transformam e metamorfoseiam?

Na escola ensinam-se géneros (jornalísticos e não só) do texto, mas não da imagem. Fará isto algum sentido numa sociedade hipervisual e imagética?

Há alguns anos, durante uma entrevista com o artista Fernando Lemos, ele disse-me que tinha ficado espantado com muitas coisas no Japão. Mas a descoberta mais extraordinária que tinha feito foi quando se deu conta de que no Japão as crianças aprendem primeiro a fotografar e só depois a escrever e a desenhar. E não é para serem artistas, cineastas ou fotojornalistas – “é para aprenderem a ver as coisas”.

As imagens fotográficas tornaram-se epidérmicas nas sociedades contemporâneas. Fazem parte de nós. E estamos viciados nelas. Consumimo-las como se estivéssemos a comer açúcar (mais um bocadinho, não deve fazer mal). O que me parece urgente é discuti-las para além da espuma dos dias para que as saibamos distinguir, rejeitar e apreciar melhor.

Interpretar imagens também se ensina. De preferência desde cedo. E também na escola.

"An Assassination in Turkey", Prémio World Press Photo Burhan Ozbilici, The Associated Press
"Taking A Stand In Baton Rouge", 1.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Fotografia única) Jonathan Bachman, Thomson Reuters
"Migrant Crossing", 2.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Fotografia única) Vadim Ghirda, The Associated Press
"The Libyan Migrant Trap", 3.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Fotografia única) Daniel Etter
"Standing Rock", 1.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Amber Bracken
"Standing Rock", 1.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Amber Bracken
"Standing Rock", 1.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Amber Bracken
"Standing Rock", 1.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Amber Bracken
"Victims Of The Zika Virus", 2.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Lalo de Almeida, Folha de São Paulo
"Victims Of The Zika Virus", 2.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Lalo de Almeida, Folha de São Paulo
"Victims Of The Zika Virus", 2.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Lalo de Almeida, Folha de São Paulo
"Victims Of The Zika Virus", 2.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Lalo de Almeida, Folha de São Paulo
"Copacabana Palace", 3.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Peter Bauza
"Copacabana Palace", 3.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Peter Bauza
"Copacabana Palace", 3.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Peter Bauza
"Copacabana Palace", 3.º Prémio na Categoria de Temas Contemporâneos (Portefólio) Peter Bauza
"The Silent Victims Of A Forgotten War", 1.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Fotografia única) Paula Bronstein, Time Lightbox/ Pulitzer Center For Crisis Reporting
"Sweat Makes Champions", 2.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Fotografia única) Tiejun Wang
"China’s Wild West", 3.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Fotografia única) Matthieu Paley, National Geographic Magazine
"Cuba On The Edge Of Change", 1.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Tomas Munita, The New York Times
"Cuba On The Edge Of Change", 1.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Tomas Munita, The New York Times
"Cuba On The Edge Of Change", 1.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Tomas Munita, The New York Times
"Cuba On The Edge Of Change", 1.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Tomas Munita, The New York Times
"Out Of The Way", 2.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Elena Anosova
"Out Of The Way", 2.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Elena Anosova
"Out Of The Way", 2.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Elena Anosova
"Out Of The Way", 2.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Elena Anosova
"Isle Of Salvation", 3.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Francesco Comello
"Isle Of Salvation", 3.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Francesco Comello
"Isle Of Salvation", 3.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Francesco Comello
"Isle Of Salvation", 3.º Prémio na Categoria de Quotidiano (Portefólio) Francesco Comello
"Offensive On Mosul", 1.º Prémio na Categoria de Notícias (Fotografia única) Laurent Van der Stockt
"Left Alone", 2.º Prémio na Categoria de Notícias (Fotografia única) Santi Palacios
"Life Inside The Philippines' Most Overcrowded Jail", 3.º Prémio na Categoria de Notícias (Fotografia única) Noel Celis
"They Are Slaughtering Us Like Animals", 1.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Daniel Berehulak
"They Are Slaughtering Us Like Animals", 1.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Daniel Berehulak
"They Are Slaughtering Us Like Animals", 1.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Daniel Berehulak
"They Are Slaughtering Us Like Animals", 1.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Daniel Berehulak
"Iraq's Battle To Reclaim Its Cities", 2.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Sergey Ponomarev
"Iraq's Battle To Reclaim Its Cities", 2.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Sergey Ponomarev
"Iraq's Battle To Reclaim Its Cities", 2.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Sergey Ponomarev
"Iraq's Battle To Reclaim Its Cities", 2.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Sergey Ponomarev
"We Are Not Taking Any Prisoners", 3.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Alessio Romenzi
"We Are Not Taking Any Prisoners", 3.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Alessio Romenzi
"We Are Not Taking Any Prisoners", 3.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Alessio Romenzi
"We Are Not Taking Any Prisoners", 3.º Prémio na Categoria de Notícias (Portefólio) Alessio Romenzi
"Black Days Of Ukraine", 1.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Valery Melnikov, Rossiya Segodnya
"Black Days Of Ukraine", 1.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Valery Melnikov, Rossiya Segodnya
"Black Days Of Ukraine", 1.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Valery Melnikov, Rossiya Segodnya
"Black Days Of Ukraine", 1.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Valery Melnikov, Rossiya Segodnya
"Black Days Of Ukraine", 1.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Valery Melnikov, Rossiya Segodnya
"Black Days Of Ukraine", 1.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Valery Melnikov, Rossiya Segodnya
"Black Days Of Ukraine", 1.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Valery Melnikov, Rossiya Segodnya
"Black Days Of Ukraine", 1.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Valery Melnikov, Rossiya Segodnya
"An Iranian Journey", 2.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Hossein Fatemi
"An Iranian Journey", 2.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Hossein Fatemi
"An Iranian Journey", 2.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Hossein Fatemi
"An Iranian Journey", 2.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Hossein Fatemi
"An Iranian Journey", 2.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Hossein Fatemi
"An Iranian Journey", 2.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Hossein Fatemi
"An Iranian Journey", 2.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Hossein Fatemi
"An Iranian Journey", 2.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Hossein Fatemi
"Table Rock Nebraska", 3.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Markus Jokela
"Table Rock Nebraska", 3.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Markus Jokela
"Table Rock Nebraska", 3.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Markus Jokela
"Table Rock Nebraska", 3.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Markus Jokela
"Table Rock Nebraska", 3.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Markus Jokela
"Table Rock Nebraska", 3.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Markus Jokela
"Table Rock Nebraska", 3.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Markus Jokela
"Table Rock Nebraska", 3.º Prémio na Categoria de Projectos de longa duração Markus Jokela
"Caretta Caretta Trapped", 1.º Prémio na Categoria de Natureza (Fotografia única) Francis Pérez
" Big Cat In My Backyard!", 2.º Prémio na Categoria de Natureza (Fotografia única) Nayan Khanolkar
"Monarchs In The Snow", 3.º Prémio na Categoria de Natureza (Fotografia única) Jaime Rojo
"Rhino Wars", 1.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Brent Stirton
"Rhino Wars", 1.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Brent Stirton
"Rhino Wars", 1.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Brent Stirton
"Rhino Wars", 1.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Brent Stirton
"Pandas Gone Wild", 2.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Ami Vitale
"Pandas Gone Wild", 2.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Ami Vitale
"Pandas Gone Wild", 2.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Ami Vitale
"Pandas Gone Wild", 2.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Ami Vitale
"Now You See Me", 3.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Bence Máté
"Now You See Me", 3.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Bence Máté
"Now You See Me", 3.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Bence Máté
"Now You See Me", 3.º Prémio na Categoria de Natureza (Portefólio) Bence Máté
"What ISIS Left Behind", 1.º Prémio na Categoria de Pessoas (Fotografia única) Magnus Wennman
"Praying for a miracle – mental health problems in disabling environments in Africa", 2.º Prémio na Categoria de Pessoas (Fotografia única) Robin Hammond
"Fidelity", 3.º Prémio na Categoria de Pessoas (Fotografia única) Kristina Kormilitsyna
"Aenikkaeng", 1.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Michael Vince Kim
"Aenikkaeng", 1.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Michael Vince Kim
"Aenikkaeng", 1.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Michael Vince Kim
"Aenikkaeng", 1.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Michael Vince Kim
"Enfarinat", 2.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Antonio Gibotta
"Enfarinat", 2.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Antonio Gibotta
"Enfarinat", 2.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Antonio Gibotta
"Enfarinat", 2.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Antonio Gibotta
"Olympians", 3.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Jay Clendenin
"Olympians", 3.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Jay Clendenin
"Olympians", 3.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Jay Clendenin
"Olympians", 3.º Prémio na Categoria de Pessoas (Portefólio) Jay Clendenin
"Grand National Steeplechase", 1.º Prémio na Categoria de Desporto (Fotografia única) Tom Jenkins
"The Dive", 2.º Prémio na Categoria de Desporto (Fotografia única) Cameron Spencer
"Rio's Golden Smile", 3.º Prémio na Categoria de Desporto (Fotografia única) Kai Oliver Pfaffenbach
"Boys Will be Boys", 1.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Giovanni Capriotti
"Boys Will be Boys", 1.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Giovanni Capriotti
"Boys Will be Boys", 1.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Giovanni Capriotti
"Boys Will be Boys", 1.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Giovanni Capriotti
"Youth Chess Tournaments", 2.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Michael Hanke
"Youth Chess Tournaments", 2.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Michael Hanke
"Youth Chess Tournaments", 2.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Michael Hanke
"Youth Chess Tournaments", 2.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Michael Hanke
"Adaptive Athlete", 3.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Darren Calabrese
"Adaptive Athlete", 3.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Darren Calabrese
"Adaptive Athlete", 3.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Darren Calabrese
"Adaptive Athlete", 3.º Prémio na Categoria de Desporto (Portefólio) Darren Calabrese
"Pakistan Bomb Blast", 1.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Fotografia única) Jamal Taraqai
"Medics Assist a Wounded Girl", 2.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Fotografia única) Abd Doumany
"Battle For Mosul", 3.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Fotografia única) Felipe Dana
"An Assassination in Turkey", 1.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Portefólio) Burhan Ozbilici
"An Assassination in Turkey", 1.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Portefólio) Burhan Ozbilici
"An Assassination in Turkey", 1.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Portefólio) Burhan Ozbilici
"Rescued From the Rubble", 2.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Portefólio) Ameer Alhalbi
"Rescued From the Rubble", 2.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Portefólio) Ameer Alhalbi
"Rescued From the Rubble", 2.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Portefólio) Ameer Alhalbi
"Rescued From the Rubble", 2.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Portefólio) Ameer Alhalbi
"Mediterranean Migration", 3.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Portefólio) Mathieu Willcocks
"Mediterranean Migration", 3.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Portefólio) Mathieu Willcocks
"Mediterranean Migration", 3.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Portefólio) Mathieu Willcocks
"Mediterranean Migration", 3.º Prémio na Categoria de Notícias de Última Hora (Portefólio) Mathieu Willcocks
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"An Assassination in Turkey", Prémio World Press Photo Burhan Ozbilici, The Associated Press
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