Portimão quer gerir Fortaleza de Santa Catarina, um dos ex-líbris do concelho

Isilda Gomes, autarca de Portimão, pretende a gestão do monumento para impedir a degradação do património. A recuperação do imóvel é avultada pelo que estão a ser equacionadas soluções com o governo central.

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A Câmara Municipal de Portimão quer ficar com a gestão do Forte de Santa Catarina, mandada construir no reinado de Filipe III, no local onde já existia uma ermida dedicada a Santa Catarina de Alexandria LUSA/LUÍS FORRA

A câmara de Portimão quer ficar com a gestão da Fortaleza de Santa Catarina, na Praia da Rocha, para recuperar e dinamizar um dos monumentos do concelho mais visitados por turistas e que se encontra degradado.

"Estamos dispostos a assumir a gestão do monumento, considerado um ex-líbris do concelho que é visitado por milhares de turistas, para travar a degradação e abandono a que este espaço chegou", disse à agência Lusa a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes.

Construída em 1621 por ordem de D. João de Castro, então governador do Reino do Algarve, a Fortaleza de Santa Catarina foi edificada na foz do rio Arade para proteger a cidade de Silves e a Vila Nova de Portimão, tendo acolhido no século XX as instalações da Guarda Fiscal e da Capitania do Porto de Portimão.

De acordo com a autarca, a requalificação do imóvel, cuja gestão pertence à Administração dos Portos de Sines e do Algarve, "está a ser discutida com o Governo, no sentido de encontrar a melhor solução para o futuro do monumento, que é património do Estado".

Segundo Isilda Gomes, o investimento para recuperar a antiga estrutura militar "é muito avultado", não tendo a autarquia capacidade financeira para suportar a obra.

"Há um levantamento feito pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil sobre o estado da estrutura do imóvel e, de facto, é necessária uma intervenção muito grande, que custa muito dinheiro", sublinhou a autarca, acrescentando que "decorrem conversações com o Governo para que se encontre uma forma de garantir o investimento, quer seja do Estado central ou de fundos comunitários".

Para a autarca, a Fortaleza de Santa Catarina, além da sua posição estratégica para a valorização da Praia da Rocha enquanto destino turístico, "é um símbolo dos Descobrimentos portugueses, de partidas e chegadas de gerações que por ali passaram, cuja vivência deve ser preservada". "Faz parte da nossa história e da nossa cultura. Como Portimão é um município marítimo, virado ao mar, temos de preservar essa memória", destacou.

Na sua opinião, o monumento pode vir a acolher um museu dedicado ao mar e equipamentos de restauração, de forma a valorizar um espaço que apenas está a servir como miradouro e que é visitado anualmente por milhares de pessoas.
"Queremos que o usufruto deste espaço seja posto à disposição dos nossos turistas, mas também da população de Portimão", acrescentou.

Em Dezembro de 2016, o Bloco de Esquerda apresentou no parlamento um projecto de resolução em que recomenda ao Governo a "requalificação urgente" da Fortaleza de Santa Catarina, considerando que "o estado insustentável do imóvel representa um perigo público e transmite uma imagem nada abonatória para a instância turística que é a Praia da Rocha".

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