Autarquias, iluminação de Natal

Devia ser proibido que o Governo ou câmaras pudessem gastar dinheiro em frivolidades.

As cidades duplicaram o investimento em luzes de Natal. Segundo li, 14 cidades investiram 1,3 milhões de euros em iluminação. A Câmara do Porto gastou, este Natal, 137 mil euros, mais 16% que no ano passado (118 mil). Mas a maior subida reside na cidade de Gaia, que passou de 22 mil, em 2015, para 298 mil euros, um aumento de 1254%.

O presidente da CM Gaia andou este tempo todo a dizer que queria acabar com as megalomanias do anterior executivo, mas não se importa de gastar cerca de 300 mil euros em lâmpadas e outros ornamentos, a menos de um ano de eleições autárquicas. Gaia ainda há pouco tempo era um município em pré-falência e com muitas dificuldades financeiras.

Mas há quem não siga esta bitola. O presidente, da Junta de Freguesia de Belém, em Lisboa, Fernando Ribeiro, em vez, de gastar dinheiro na iluminação de Natal, apostou na ajuda a famílias carenciadas. Prescindiu da iluminação de Natal e utilizou essa verba, cerca de 50 mil euros, para apoiar famílias. Este apoio destina-se a famílias com rendimentos mensais inferiores a 419,20 euros e é prestado a nível alimentar e de higiene. Às famílias é atribuído um cartão oferta, que tem um plafond anual e que lhes permite fazer compras numa rede de supermercados.

Afinal ainda há gente na política com bom senso e decência. Devia ser assim em todo o país. Quem quiser iluminação de Natal que a pague, não pode ser por conta dos contribuintes.

Gosto de luzes mas não concordo que as autarquias gastem tanto dinheiro em iluminação no Natal. Eu tenho a minha casa com árvore de Natal iluminada pago eu a luz e já me chega.

A iluminação faz sentido pelo aspecto turístico e de apelo ao consumismo, logo deviam ser as associações de comerciantes de cada zona a investir.

Provavelmente, as luzes na rua dão votos aos autarcas, nas próximas eleições autárquicas. Os gastos inúteis numa autarquia para encher o olho, como das luzes, mete-me muita confusão. Há outras necessidades numa cidade, numa localidade que devem ser prioritárias.

Se todas as autarquias investissem menos em coisas supérfluas e passassem a dar mais atenção àquilo que tem maior impacto na qualidade de vida das pessoas.

Vamos ser pragmáticos e deixar-nos de falsas acções e voltar para a realidade. Alguém ficaria triste se não houvesse iluminação de Natal, se o dinheiro fosse bem aplicado? Claro que não.

Eu prefiro uma cidade limpa, sem buracos nas ruas, com IMI mais baixo, o preço de água mais baixo, e por fim, saber que muitas famílias iriam ter uma consoada digna de qualquer ser humano.

Devia ser proibido que o Governo ou câmaras pudessem gastar dinheiro em frivolidades.

É por este motivo, e outros semelhantes, que se torna muito difícil de compreender a intenção manifestada pelo actual governo de isentar os autarcas de qualquer responsabilidade financeira na gestão das Câmaras Municipais. Muitas vezes, o problema não é haver falta de recursos, mas sim a má utilização que é dada aos que existem.

 

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