Economia social representa 6% do emprego remunerado no país

Total de recursos das entidades da economia social foi estimado em 14 mil milhões de euros, diz INE.

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Em 2013, segundo o INE, a economia social tinha uma necessidade de financiamento de 412 milhões de euros Paulo Pimenta

A economia social em Portugal é constituída por cerca de 61 mil entidades — a maior parte das quais com estatuto de instituição particular de solidariedade social, além de 389 misericórdias e 578 fundações — distribuídas por várias actividades, com destaque para a cultura, desporto e recreio. Representou 2,8% do valor acrescentado bruto e 6% do emprego remunerado em 2013. São dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

A segunda edição da Conta Satélite da Economia Social referente à situação em 2013 foi elaborada pelo INE e divulgada nesta terça-feira, Dia Internacional da Solidariedade Humana. Os principais dados analisados reflectem o peso no valor acrescentando bruto (VAB) nacional, mas também no emprego total, que era de 5,2%, e no emprego remunerado, que estava nos 6%.

O INE comparou o peso da economia social e de outros sectores no VAB e no emprego nacional e concluiu que foi superior àquele da agricultura, silvicultura e pesca, indústria têxtil, agro-indústria ou telecomunicações. “O peso do emprego remunerado da economia social no total da economia foi maior do que em ramos de actividade tradicionalmente caracterizados pela utilização intensiva de trabalho, como, por exemplo, a indústria têxtil”, realça. 

Por grupos de entidades da economia social, as associações com fins altruísticos dominavam, com 93% do número total, 61% do VAB, 62% das remunerações e 65% do emprego remunerado. As cooperativas estavam em segundo lugar, em termos do número de unidades e de remunerações, enquanto as Misericórdias foram o segundo grupo mais relevante em termos de VAB e emprego remunerado.

Quanto ao número de entidades, as instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias constituíram o sector dominante, com 93% do total de unidades, seguindo-se as sociedades não financeiras e famílias, com 7% do total de unidades.
Os dados do INE revelam que o total de recursos das entidades foi estimado em 14 mil milhões de euros, principalmente com origem na sua produção (60%), enquanto os subsídios e transferências contribuíam com 27% e os rendimentos de propriedade com 10%.

Aquele montante destinava-se ao consumo intermédio (29%), remunerações (28%) e transferências sociais (24%).
Em 2013, segundo o INE, a economia social tinha uma necessidade de financiamento de 412 milhões de euros.

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