Câmara de Loures promete resolver temporariamente corte de luz no bairro da Torre

As cerca de 70 famílias que moram no bairro da Torre, em habitações precárias e ilegais, vivem há dois meses sem electricidade, uma situação que já motivou um pedido de ajuda “urgente”.

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Rui Gaudencio

A Câmara Municipal de Loures assegurou esta quarta-feira que vai resolver nos próximos dias, de forma provisória, o problema de falta de electricidade no bairro da Torre, em Camarate, depois de em Outubro a EDP ter cortado a luz das habitações.

As cerca de 70 famílias que moram no bairro da Torre (distrito de Lisboa), em habitações precárias e ilegais, vivem há dois meses sem electricidade, uma situação que já motivou um pedido de ajuda “urgente” por parte da associação de moradores e de movimentos de apoio à habitação.

Em causa está, explicou à agência Lusa a presidente da Habita - Associação pelos Direitos à Habitação e à Cidade, Rita Silva, o facto de a EDP ter cortado em Outubro a linha de acesso de electricidade a todo o bairro, inclusive àqueles moradores que tinham um contrato com a empresa.

“Há dois meses a EDP cortou, sem aviso prévio, a luz às pessoas. Vem aí o inverno e o Natal e as pessoas nem sequer têm electricidade para se aquecer. Isto é desumano e inadmissível”, afirmou.

Entretanto, numa resposta escrita enviada à Lusa, fonte da EDP explicou que a empresa de distribuição e comercialização de electricidade “desfez algumas ligações eléctricas ilegais em habitações ilegais”, uma vez que “podiam colocar em causa a segurança das pessoas e bens”.

Segundo a resposta, a acção foi efectuada com o conhecimento da Câmara Municipal de Loures e a EDP não “desligou ou desfez ligações a clientes que tinham ou têm contractos activos com qualquer comercializador”.

Questionada sobre a situação, a vereadora com o pelouro da Coesão Social na Câmara Municipal de Loures, Maria Eugénia Coelho, assegurou que a autarquia “está a acompanhar este problema” e que prepara uma solução nos próximos dias.

“Ainda que não seja uma competência directa do município, não poderíamos ficar indiferentes a este problema. Desde o primeiro momento que temos questionado as entidades competentes, nomeadamente a ANA - Aeroporto, que é a proprietária do terreno onde está o bairro, e a EDP. Não podemos conceber que estas famílias passem o Natal sem electricidade”, atestou, sem adiantar as medidas que serão tomadas.

Por seu turno, numa resposta enviada à Lusa, fonte da ANA negou a posse dos terrenos, mas ressalvou que qualquer alteração ali feita, nomeadamente a colocação de electricidade, deverá merecer uma apreciação daquela entidade, por se encontrar nas proximidades do aeroporto Humberto Delgado.

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