A BLIP encontrou o charme do Porto no Bonfim

Tecnológica portuguesa detida por gigante dos jogos online duplicou espaço para poder acolher em breve 400 colaboradores

Fotogaleria
a BLIP vai ter até ao final do ano 300 colaboradores Nelson Garrido
Fotogaleria
As novas instalações ficam na Av de Camilo, em frente ao Alexandre Herculano Nelson Garrido
Fotogaleria
o Ministro da Economia enalteceu o investimento britânico numa empresa portuguesa Nelson Garrido
Fotogaleria
A reabilitação do edifício foi concluída em apenas três meses Nelson Garrido
Fotogaleria
A reabilitação do edifício foi concluída em apenas três meses Nelson Garrido
Fotogaleria
A reabilitação do edifício foi concluída em apenas três meses Nelson Garrido
Fotogaleria
A reabilitação do edifício foi concluída em apenas três meses Nelson Garrido

A BLIP, tecnológica fundada em 2009 por quatro portugueses e incubada no UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto mudou-se este mês para um espaço no Bonfim onde poderá crescer para os 400 colaboradores. Em seis anos a empresa de software detida desde 2012 por um gigante do jogo online fez um caminho de crescimento rápido e trocou a Baixa por um edifício icónico que estava devoluto, numa freguesia que não entrou na moda - “ainda”, garante a câmara do Porto, que vê nesta opção um excelente sinal para a zona mais oriental da cidade.

Em Dia de São Martinho, a BLIP abriu as portas das novas instalações. Num tempo “recorde” de três meses,  e com um investimento próprio – do grupo britânico PaddyPower Betfair (PPB) – de 2,5 milhões de euros, a empresa transformou na sua nova casa os quase seis mil metros quadrados de um imóvel construído no século XX com o propósito de albergar uma colecção de carros de luxo e que, na sua anterior encarnação, chegou a ser um conhecido stand e garagem de automóveis, antes de fechar. Com a reabilitação, o imóvel está transformado, por dentro, num espaço amplo, capaz de albergar várias equipas mas onde os espaços para lazer, como a área para ginásio, entre outros, não foram descurados.

Agora, o n. 94 da Avenida Camilo, mesmo em frente ao antigo liceu Alexandre Herculano, alberga uma das tecnológicas portuguesas que mais  tem andado nas bocas do mundo desde que um dos seus primeiros clientes, a PaddyPower, decidiu que o melhor era comprá-la. Com a formação, este ano, do grupo PPB, após a fusão da Betfair, a BLIP passou a estar nas mãos de um gigante que gosta do seu braço português ao ponto de investir nele, em quatro anos, 30 milhões de euros e de lhe entregar praticamente toda a operação de desenvolvimento de software para as apostas desportivas, como explicou, esta sexta-feira, o administrador para a área tecnológica (CTO), Paul Cutter. Actualmente, a BLIPé responsável pela gestão tecnológica de suporte às mais de sete milhões de transações que a PPB regista por dia. Cem por cento das soluções tecnológicas desenvolvidas no Porto são exportadas.

"Este edifício tinha de ser para uma tecnológica"

Graças a este investimento, a empresa fundada , entre outros, por Hélder Martins, deve chegar ainda este ano aos 300 colaboradores, e tem espaço suficiente para crescer até aos 400, ajudando a “reter no país” mais algum do seu talento, como sublinhou o ministro da economia, perante uma plateia de convidados enquadrada, num anfiteatro, pelos actuais 260 blipers. Manuel Caldeira Cabral encerrou no Porto uma semana toda ele centrada na tecnologia, que teve como ponto alto a Web Summit, em Lisboa. E elogiou a coordenação entre programas como o Start Up Portugal e a Câmara do Porto, que além do apoio às novas empresas está a levar a cabo um programa de apoio à sua expansão, o Scale Up Porto.

Rui Moreira falhou esta inauguração por um compromisso de última hora, mas o município esteve representado por três vereadores (Manuel Pizarro, responsável pelas políticas para a zona oriental, Ricardo Valente, que tutela a InvestPorto e Filipe Araújo, com responsabilidades na área da Inovação). Ana Lehman, da InvestPorto, explicou que a agência tem tentado fazer a ponte entre investidores imobiliários,  proprietários de grandes imóveis devolutos e empresas com necessidades de espaços dessas dimensões, muitos deles fora da área da Baixa. “Quando vi este edifício, percebi que ele tinha de ser para uma tecnológica, dado o charme que ele tem”, afirmou a responsável municipal pela captação de novos negócios para a cidade e que espera brevemente poder anunciar novos projectos de dimensão considerável para a zona das Areosa e para o Campo 24 de Agosto.

Filipe Araújo e Manuel Pizarro destacaram, em declarações ao PÚBLICO, a satisfação pela localização escolhida pela BLIP. Encravada entre a baixa e a zona oriental, a freguesia do Bonfim parece estar a entrar na rota dos investidores, seja para o sector da habitação, seja para o de comércio e serviços, o que se enquadra nos objectivos programáticos do executivo, que, através de projectos como o Matadouro e o interface de Campanhã, pretende mudar a face desta parte esquecida e degradada da cidade. 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários