Vamos desmistificar mitos de bruxaria associados a animais?

A coruja-das-torres, os lobos ou os sapos são alguns dos animais mais associados a bruxarias, o que põe em perigo a sua existência. Na aldeia de Atenor, em Miranda do Douro, vai falar-se do assunto

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Couleur/809 images/ Pixabay

Duas associações ambientais, sediadas no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança, vão caminhar nas "trevas" para dar a conhecer animais "malfadados" pelas comunidades, que os associam a rituais de bruxarias ou ao misticismo. A Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) e a Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural (Palombar) juntam-se à iniciativa "A Noite das Criaturas das Trevas 2016".

Em declarações à agência Lusa, o biólogo José Pereira, investigador da associação Palombar, disse que a ideia passa por desmitificar mitos associados a espécies animais que podem colocar em perigo a sua existência, como é o caso da coruja-das-torres, os lobos ou os sapos, entre outros. A iniciativa propõe um conjunto de actividades programadas para a noite de sábado, dia 5, que vão decorrer na aldeia de Atenor (Miranda do Douro), no Centro de Valorização do Burro de Miranda, e assim trazer um novo olhar para estas criaturas ditas "maléficas".

"O objectivo é reunir investigadores com as comunidades locais e explicar as suas particularidades, para desmitificar as histórias de terror e medo que lhes estão associadas por questões culturais que se arrastam desde tempos imemoriais ", explicou o biólogo. Trata-se de um conjunto de actividades de divulgação científica que aproveita a Noite das Bruxas para apresentar à população os animais nocturnos que são popularmente associados a esta festa, por serem alvo de mitos, superstições e crenças que associam estas espécies ao sobrenatural, à bruxaria, ao demónio e a atividades ligadas ao sobrenatural.

"Estas crenças e mitos têm sido responsáveis por afastar a população destes animais e levar a comportamentos de perseguição que têm contribuído para os estados desfavoráveis de conservação em que muitas destas espécies se encontram", frisou.

Nesta actividade convidam-se os participantes a aparecerem mascarados, à noite, num espaço natural para fazer observação de "criaturas das trevas" acompanhados de especialistas em diferentes grupos de fauna (anfíbios, morcegos, rapinas noturnas, borboletas noturnas, aracnídeos, ou outras espécies). Segundo a comunidade científica, estas espécies são fundamentais nos ecossistemas, já que fazem um controlo natural de pragas e beneficiam o homem nas suas tarefas agrícolas ou controlo de doenças.

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