Nick Kyrgios só volta aos courts depois de ir a um psicólogo

A ATP não suspendia um tenista devido a comportamento indevido desde 1987.

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Kyrgios tem motivado muita polémica no court AFP/VAUGHN RIDLEY

Depois da penalização inicial de 15 mil euros, a ATP agravou a sanção pelo comportamento de Nick Kyrgios em Xangai com outra multa e suspendeu o tenista até 2017. Mas a suspensão irá ser reduzida para somente três semanas depois de o australiano ter aceitado integrar um programa de aconselhamento psicológico, sob a supervisão de um psicólogo de desporto aprovado pelo ATP. E Kyrgios voltou a pedir desculpas.

Três dias depois de conquistar o seu título mais importante da carreira, o ATP 500 de Tóquio, o australiano de 21 anos que tem tanto de talento como de polémico, defrontou o alemão Mischa Zverev na segunda ronda do Shanghai Rolex Masters. Depressa se percebeu que Kyrgios não iria discutir o encontro: cometeu erros, não correu, foi para a cadeira ainda antes dos pontos terem terminado e chegou a pedir ao árbitro para anunciar rapidamente o recomeço do encontro pois queria ir-se embora. Na conferência de imprensa imediata, acrescentou que não queria saber se os espectadores tinham gasto dinheiro pelo bilhete. Algumas horas depois, usou a sua página no twitter para admitir os erros: “Hoje, não fui suficientemente bom a vários níveis. Sou melhor que isso. Podia arranjar desculpas mas não há nenhuma. Desculpem”.

A ATP prosseguiu a investigação, revendo o encontro e os comentários proferidos por Kyrgios e decidiu acrescentar aos 15 mil euros indicados pelo supervisor em Xangai, outra multa de 22.700 euros e uma suspensão até 15 de Janeiro de 2017 – o primeiro tenista suspenso pela ATP devido a problemas de comportamento desde John McEnroe, nos anos 80.

Após vários pedidos, entre os quais de alguns colegas, como Novak Djokovic e Andy Murray, a ATP vai dar uma oportunidade a Kyrgios para este receber aconselhamento psicológico. Mesmo com a suspensão abreviada, Kyrgios vai ficar de fora dos torneios de Basileia e Paris, com que pretendia encerrar a época em que ascendeu ao 14.º lugar e conquistou três títulos, o máximo para um tenista australiano desde Lleyton Hewitt, em 2004.

“Na sequência da decisão da ATP, quero aproveitar esta oportunidade para pedir desculpa outra vez pelos acontecimentos em Xangai. Tem sido uma longa época, na qual lutei com várias lesões e outros desafios até ao final do Verão. O circuito asiático foi particularmente duro, após uma longa semana e uma vitória em Tóquio e com a viagem através do continente, o meu corpo cedeu em Xangai, tanto física como mentalmente. Isto não é uma desculpa e sei muito bem que preciso de pedir desculpa aos adeptos (…) Sou alguém que dispende uma enorme quantidade de tempo aos meus fãs, porque adoro e valorizo o seu apoio. A sua energia é o que me motiva a atingir o máximo do meu jogo”, afirmou Kyrgios no seu site, onde também confessou o seu desagrado por este final de época: “Tenho pena que o meu ano termine desta maneira e que não tenha a oportunidade de continuar a tentar chegar às ATP World Tour Finals. Esse era um objectivo importante para mim. Compreendo e respeito a decisão da ATP e vou usar este período para melhorar, dentro e fora do court.”

No ano passado, Kyrgios foi suspenso durante 28 dias e multado em 22.700 mil euros por comentários insultuosos dirigidos a Stan Wawrinka, durante um encontro em Montreal.

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