No dia em que Portugal inicia a participação no Euro 2016 (frente à Islândia, 20h), fomos espreitar como foram os jogos de estreia da selecção nacional nas anteriores participações. O saldo é equilibrado: duas vitórias, dois empates e duas derrotas, sendo que a selecção conseguiu sempre avançar para a fase seguinte. Pela positiva, destaca-se a épica reviravolta frente à Inglaterra no Euro 2000. No pólo oposto, está a derrota frente à Grécia no Euro 2004.

Euro 1984 — O nulo

RFA 0-0 Portugal

A selecção portuguesa estreou-se em Estrasburgo frente à República Federal da Alemanha, então detentora do título. O jogo terminou empatado a zero. O site da UEFA recorda as boas oportunidades de Portugal criadas por Jaime Pacheco e João Pinto frente a uma Alemanha que não pôde contar com o lesionado Bernd Schuster.

Portugal haveria de empatar também no jogo com a Espanha (1-1, golos de Sousa e Santillana) e garantiu a qualificação para as meias-finais graças ao triunfo por 1-0 sobre a Roménia (golo de Nené aos 81’). Nas meias-finais, Portugal caiu perante a França, ao perder por 3-2 no prolongamento: Domergue colocou os franceses em vantagem (24’) e Jordão (74’) obrigou à realização de um prolongamento. No tempo extra, o mesmo Jordão colocou Portugal em vantagem (98’), mas Domergue (115’) e Platini (119’) acabaram com o sonho português de chegar à final.

Euro 1996 — Outro empate

Dinamarca 1-1 Portugal

Doze anos depois de França, Portugal voltou à fase final de um Europeu. Já com a chamada "geração de ouro" (Figo, Rui Costa, João Vieira Pinto, Vítor Baía…), a selecção portuguesa voltou a não vencer na estreia, novamente perante o campeão europeu em título, a surpreendente Dinamarca. Em Sheffield, Brian Laudrup marcou primeiro para os dinamarqueses (21’), após um mau alívio de Vítor Baía. Na segunda parte, e após um cruzamento de Folha, Sá Pinto igualou o jogo numa bela cabeçada.

Depois do empate na estreia, Portugal ganhou à Turquia (1-0, golo de Fernando Couto) e à Croácia (3-0, golos de Figo, João Pinto e Domingos), antes de cair nos quartos-de-final frente à República Checa, com o famoso chapéu de Poborsky a Vítor Baía.

Euro 2000  A reviravolta épica

Inglaterra 2-3 Portugal

É um dos mais míticos jogos da história da selecção portuguesa. Frente à Inglaterra em Eindhoven, Portugal perdia por 2-0 aos 18 minutos, depois dos golos de Scholes (2’) e McManaman (18’). Num grupo com Alemanha e Roménia, parecia que estava tudo perdido. Mas comandada por Figo e Rui Costa, Portugal protagonizou mais uma reviravolta épica. Um grande golo de Figo reduziu para 2-1 (22’). Ainda antes do intervalo, Portugal chegou ao empate, com João Vieira Pinto a dar o melhor seguimento a uma fantástica troca de passes que terminou num cruzamento de Rui Costa para o mergulho do avançado que nesse mesmo Verão trocou o Benfica pelo Sporting. Na segunda parte, Portugal concretizou a reviravolta. Em mais uma assistência de Rui Costa, Nuno Gomes bateu David Seaman.

Este foi o início de um grande Europeu. Na fase de grupos, Portugal derrotaria ainda a Roménia (1-0, golo de Costinha aos 90’) e a Alemanha (3-0, com um hat trick de Sérgio Conceição). Nos quartos-de-final, a selecção de Humberto Coelho venceu a Turquia (2-0, com um “bis” de Nuno Gomes). Nas meias-finais, surgiu outra vez a maldição francesa. Portugal até marcou primeiro (Nuno Gomes, aos 17’), antes de Henry empatar (51’). A França ganhou lugar na final após o polémico penálti de Abel Xavier, que Zidane se encarregou de marcar.

Euro 2004 - O primeiro trauma grego

Portugal 1-2 Grécia

Como organizador do Europeu, Portugal jogou no Estádio do Dragão com a Grécia na abertura do torneio. Foi uma má estreia, qual indício do fim “trágico” desse campeonato. Giorgios Karagounis deu início à surpresa aos 7’ e Basinas, de penálti, deixou o estádio ainda mais silencioso aos 51’. Portugal apenas reduziu pelo jovem Cristiano Ronaldo já nos descontos. A crónica de uma derrota anunciada, titulava o PÚBLICO.

Depois da péssima estreia, Portugal venceu a Rússia (2-0, com golos de Maniche e Rui Costa) e a Espanha (1-0, golo de Nuno Gomes). A selecção de Scolari seguiu em crescendo, eliminando a Inglaterra nos quartos-de-final (6-5 nos penáltis, após 2-2 nos 120’, com Ricardo a brilhar). Seguiu-se a Holanda e mais uma brilhante exibição (2-1, com golos de Ronaldo e Maniche). Na primeira (e única) final de Portugal, voltou o pesadelo grego, com Charisteas a dar o título à Grécia e um “trauma” aos portugueses. O triunfo do futebol parasita, era o título da crónica do PÚBLICO.

Euro 2008 - Uma estreia em grande

Portugal 2-0 Turquia

A fase de qualificação não tinha sido famosa, mas Portugal entrou em grande nível no Euro 2008. “Dois golos e três bolas nos postes provaram a força da selecção portuguesa, que dominou a Turquia durante os 90 minutos de jogo”, lia-se na crónica do enviado do PÚBLICO. Pepe desfez o nulo aos 61 minutos e Raul Meireles fixou o 2-0 já em tempo de descontos.

A boa onda prosseguiu no segundo jogo (3-1 à República Checa, com golos de Deco, Ronaldo e Quaresma). A fechar a fase de grupos, as poupanças frente à Suíça resultaram numa derrota por 2-0. Nos quartos-de-final, Portugal encontrou a poderosa Alemanha e perdeu por 3-2 (os golos de Nuno Gomes e Postiga foram insuficientes). Era o fim da era Scolari.

Euro 2012 — Uma derrota honrosa

Alemanha 1-0 Portugal

“Chegou a prometer a entrada da selecção no Euro 2012, mas a Alemanha saltou mais alto. Marcou no momento certo e contou com dois aliados inesperados: os postes e a falta de inspiração de Varela”, lia-se na crónica do enviado do PÚBLICO ao Euro 2012. Foi com uma derrota por 1-0 frente à Alemanha que a selecção de Paulo Bento iniciou a participação há quatro anos. Mario Gomez marcou o golo alemão aos 72’, num jogo de pouca sorte para Portugal: Pepe e Nani acertaram nos postes.

Depois da derrota com a Alemanha, Portugal venceu a Dinamarca (3-2, com golos de Pepe, Helder Postiga e Varela, este a três minutos do fim) e bateu a Holanda por 2-1 (dois golos de Ronaldo anularam a vantagem inicial dos holandeses). Nos quartos-de-final, a selecção ultrapassou a República Checa (1-0, golo de Ronaldo aos 79’), mas caiu nas meias-finais frente à Espanha nos penáltis.