Câmara de Faro “espartilhada” pela dívida

Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), na taxa máxima, afasta investidores e residentes

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Câmara de Faro vai continuar a ser gerida pelo PSD Virgílio Rodrigues

A câmara de Faro quer ser sair do “espartilho” político e administrativo a que foi submetida por via do resgaste financeiro, ficando obrigada a fixar a taxa máxima dos imposto municipais “Nas próximas semanas vamos procurar,  junto da banca, renegociar a divida”, anunciou nesta segunda-feira o presidente da município, Rogério Bacalhau, na reunião pública do executivo. O autarca social-democrata entende que a taxa de juro (2,9%), referente aos 39 milhões de empréstimo contraídos, por via do Plano de Apoio À Economia Local – PAEL, está desajustada da realidade dos mercados. As câmaras de Chaves e Melgaço, exemplificou, alteraram a situação. As taxas de juro, disse, foram reduzidas para menos de metade.

O vereador da CDU, António Mendonça, criticou o estado a que chegou o poder local: “Os donos da dívida estão a colonizar o país”, disse. O presidente da câmara procurava obter uma votação à proposta de revisão orçamental, no valor de cerca de 4,4 milhões de euros. Não teve êxito. “Melhor seria pagar o PAEL e diminuir o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)”, sugeriu o vereador comunista. No mesmo sentido pronunciou-se o socialista Paulo Neves: “Faro deixou de ser uma cidade atractiva pela sua enorme carga de impostos”, disse, justificando que o IMI registou um acréscimo de 70% – o mesmo se verificando, disse, em relação a outros índices que entram no cálculo das finanças para efeitos do imposto sobre os prédios, urbanos e rústicos. “Concordo que o IMI está caro”, disse Rogério Bacalhau, manifestando disponibilidade para rever as taxas. Porque não baixa, então, a taxa do IMI de 0,5 para 0,4, perguntou António Mendonça, alinhando na ideia do vereador socialista para a elaboração de uma “proposta conjunta” de revisão orçamental.

Por fim, Rogério Bacalhau, que não tem maioria no executivo, aceitou retirar da votação a proposta de revisão orçamental. Por seu lado, a oposição de esquerda comprometeu-se a apresentar uma alternativa orçamental até sexta-feira, a ser votada na próxima semana. O PS alega que os concelhos vizinhos de Loulé e Olhão, pela redução dos impostos, estão captar o interesse dos investidores e da população em geral, colocando a capital do distrito em situação de desvantagem. Os comunistas defendem um maior investimento na habitação social, conjugado com a reabilitação urbana.

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