Eis o grupo restrito ao qual Jonas ganhou acesso

Avançado brasileiro, que conquistou o troféu de melhor marcador da Liga, entrou na curta galeria benfiquista das três dezenas de golos na prova.

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Jonas voltou a ser o melhor marcador do Benfica no campeonato Francisco Leong/AFP

Foram apenas cinco os jogadores do Benfica que, desde 1934-35, conseguiram alcançar ou superar a fasquia dos 30 golos numa edição do campeonato. O brasileiro Jonas, com 32 golos, engrossa, nesta temporada, uma fileira de goleadores de elite, que teve em Eusébio, inevitavelmente, o seu expoente máximo.

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José Águas: 30 golos (1956-57)

Quando terminou a carreira no Benfica, em 1963, José Águas deixou atrás de si um legado difícil de igualar, com mais golos (290) do que jogos (282) no currículo. Trinta desses golos surgiram no campeonato de 1956-57, naquela que era já a sua sétima temporada na Luz. Nas 26 partidas que os “encarnados” cumpriram nessa época, o esguio avançado nascido em Luanda facturou em 16, mas aquela que ficou na retina foi a da 18.ª jornada, frente à CUF. Ao intervalo, o marcador assinalava 0-0, com o show de Águas a ficar inteiramente reservado para o segundo tempo. Para essa goleada por 6-0, o avançado contribuiu com nada menos do que cinco golos, o primeiro apontado aos 46’ e o último aos 87’. E arrecadaria, pela terceira vez (de um total de cinco), o título de melhor marcador da competição.

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Eusébio: 31 golos (1966-67), 42 (1967-68), 40 (1972-73)

O único jogador do Benfica a superar os 40 golos na Liga ficou por três vezes acima do limiar dos 30. A primeira aconteceu em 1966-67, época em que Eusébio marcou pelo menos dois golos em 10 jogos no campeonato. A segunda cravou na história uma marca que não mais foi alcançada no clube: 42 golos, uma média de 1,8 por encontro. Esse título de 1967-68 ficou decidido apenas na última jornada, com uma goleada sobre o Varzim (8-0) em que o avançado fez nada menos do que seis golos consecutivos. E bastava um, nessa altura, para conquistar a Bola de Ouro, troféu que então lhe valeu um cheque de 700 contos (cerca de 3500 euros). Em 1972-73, Eusébio voltou a atingir as quatro dezenas, num percurso que começou com um póquer ao Sporting na 1.ª jornada e terminou com outro póquer, aplicado ao Montijo, na derradeira ronda.

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Jordão: 30 golos (1975-76)

A última época de Rui Jordão na Luz foi a mais produtiva do avançado nascido em Benguela. Em 1975-76, o internacional português apontou 30 golos em 28 jogos pelo Benfica, tendo-se estreado a marcar apenas na 4.ª jornada, diante da Académica. Com três hat-tricks (Beira-Mar, União de Tomar e Estoril), o atacante que na temporada seguinte rumou a Saragoça - para mais tarde ingressar no Sporting - discutiu até à última ronda o título de melhor marcador com o colega de equipa Nené, que fecharia o campeonato com 29 golos, a apenas um de distância. Foi, e continua a ser, o mais jovem jogador dos “encarnados” a alcançar a barreira das três dezenas de golos na Liga, feito que materializou com 23 anos.  

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Nené: 30 golos (1979-80)

Foi em 1980-81 e 1983-84 que Tamagnini Manuel Gomes Batista, eternizado como Nené no mundo do futebol, arrecadou os dois galardões de máximo goleador de campeonato que tem no currículo, mas a época em que mais golos apontou na prova foi a de 1979-80. Foram 30 no total (em 30 jogos e com 30 anos de idade), impulsionados por seis hat-tricks, que só foram ultrapassados pelos 31 de Jordão, já com as cores do Sporting. Era mais uma temporada bem sucedida para o avançado que actuou na Luz durante nada menos do que 18 épocas, assumindo-se como o terceiro melhor artilheiro de sempre do clube, só atrás de José Águas e do incontornável Eusébio, claro está.

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Magnusson: 33 golos (1989-90)

Onze golos nos quatro primeiros jogos do Benfica no campeonato de 1989-90 mostraram ao que vinha Mats Magnusson. Depois de 13 remates certeiros na época de estreia e de apenas seis na seguinte, o possante avançado sueco fez da terceira época na Luz a mais produtiva. De resto, foi essencialmente no decorrer da primeira volta que o antigo goleador do Malmö construiu o seu registo, apontando em 17 jornadas 23 dos 33 golos com os quais se sagrou o melhor marcador da Liga. Forte fisicamente e dono de um remate poderoso, Magnusson (que fez dupla no ataque, nessa temporada, quer com Vata quer com César Brito) tinha também a missão de bater os penáltis, que cobrava mais em força do que em jeito. 

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