A14 reabre na totalidade até ao fim do mês

Auto-estrada que liga Coimbra à Figueira da Foz estava interdita ao trânsito automóvel desde o início de Abril depois do aluimento do piso. Concessionária admite que intervenção dure mais uma semana que o esperado.

Fotogaleria
Imagens do aluimento que aconteceu em Abril Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha

A circulação na A14, a auto-estrada que liga Figueira da Foz a Coimbra, vai reabrir na totalidade até ao final de Maio. O objectivo de cumprir o prazo de sete semanas para a reabertura ao trânsito foi sublinhado pelo director do departamento de comunicação da Brisa, a empresa que explora aquele troço, Franco Caruso, aos jornalistas.

Na manhã desta segunda-feira, o responsável disse que, “na pior das hipóteses esse prazo deslizará uma semana”, ou seja, até ao final de Maio, adiando por uma semana a data inicialmente apontada pela empresa.

O colapso de duas passagens hidráulicas na A14 sobre o rio Foja levou a um aluimento de terras no início de Abril na zona de Maiorca, entre Montemor-o-Velho e o nó de Alhadas/Vila Verde, tendo resultado no desvio de trânsito por estradas secundárias.

A concessionária e a autarquia da Figueira da Foz chegaram entretanto a acordo para a instalação de uma ponte militar em Pontes de Maiorca, que permite diminuir a distância do trajecto alternativo. Suportada pela Brisa, a ponte abriu à circulação automóvel a 15 de Abril, cerca de duas semanas depois do aluimento de terras. No entanto, o desvio do trânsito de pesados continua a ser maior, uma vez que não podem circular pela ponte militar.

A intervenção cujo valor não foi revelado está a meio, sendo que a empresa prevê que a construção das passagens hidráulicas fique concluída ainda esta semana. Depois segue-se o trabalho de reconstrução do pavimento e restabelecimento de telecomunicações. Franco Caruso esclareceu que o contrato de concessão estipula que os encargos da obra ficam a cargo da concessionária e não do concedente.

A cerca de dois quilómetros da zona do aluimento, a necessidade de reparar uma outra passagem hidráulica, esta sobre a Vala Real, tinha também já sido assinalada. Quanto à intervenção, o responsável voltou a sublinhar que, quando foi detectada a “degradação acelerada das passagens hidráulicas” tanto no rio Foja como na Vala Real, a Brisa “começou a trabalhar para fazer a reparação”. Quando se deu o aluimento, explica, a concessionário preparava-se para intervir.

No local, onde há um mês colapsaram duas das quatro passagens hidráulicas existentes sobre o rio Foja, estão a ser construídas três novas em betão, sendo que as outras duas estão a ser reforçadas com o mesmo material.

Relativamente à eventualidade de indemnizar os lesados com o corte da circulação na A14 e com o desvio do trajecto, Franco Carruso considera “ser difícil neste caso haver uma responsabilidade directamente atribuível à concessionária por aquilo que poderão ser danos emergentes”, uma vez que teria que haver “um nexo directo”. “A pergunta será respondida se e quando se colocar realmente”, comentou, dizendo tratar-se de uma questão jurídica.

Outra das questões levantadas prende-se com a natureza das passagens hidráulicas utilizadas aquando a construção do troço em 1992, então parte do IP3. Franco Caruso considerou não ser apropriado comentar “opções do anterior dono da obra”, que era a entretanto extinta Junta Autónoma de Estradas (JAE). Segundo Caruso, a origem do colapso prende-se com a “combinação entre a solução construtiva que foi aqui usada em 1992 pela JAE e os ciclos das marés e dos níveis de água e dos caudais” no rio Foja.

Na passagem sobre a Vala Real, a outra situação já assinalada pela concessionária, os trabalhos de reparação devem ter início nesta semana, explicou o porta-voz da Brisa. Essa obra, que não implicaria o corte de vias, deve também ficar concluída até ao final de Maio. Nesse ponto o pavimento da A14 não abateu.

O porta-voz da empresa garante que os trabalhos que decorrem até ao final de Maio asseguram a manutenção das passagens hidráulicas até pelo menos ao fim do contrato de concessão da A14, no ano de 2038. 

Sugerir correcção
Comentar