Faltam quatro jornadas para o fim do campeonato e a meta já está à vista. Restam, fundamentalmente, três pontos de interrogação na I Liga: quem vai ser campeão? Quem ficará com os lugares de acesso à Liga Europa? E quem vai descer de divisão? A resposta à primeira pergunta vai conhecer-se dentro de semanas e será o nome de um dos rivais de Lisboa, Benfica ou Sporting. Arouca e Rio Ave estão bem colocados na luta “europeia” (o sexto posto também vale a qualificação, porque FC Porto e Sp. Braga, que garantem uma vaga pela classificação no campeonato, enfrentam-se na final da Taça de Portugal), mas Paços de Ferreira e Estoril estão à espreita, até porque os vila-condenses ainda recebem o Benfica e o FC Porto. No fundo da classificação, o Tondela está a quatro pontos da Académica, penúltima, e a seis das duas equipas acima da “linha de água”, União da Madeira e Boavista.

A liderança da I Liga pertence ao Benfica e explica-se, em parte, pela subida de rendimento dos “encarnados” na segunda volta do campeonato: nas 13 jornadas já disputadas, a equipa de Rui Vitória somou 36 pontos (12 vitórias e uma derrota), melhorando substancialmente o registo face aos primeiros 13 jogos do campeonato, em que foi apenas a terceira melhor equipa, tendo obtido 28 pontos (nove triunfos, um empate e três derrotas). O Sporting mantém a perseguição aos “encarnados” mas, tendo dominado a etapa inicial da I Liga (11 vitórias e dois empates que renderam 35 pontos), os “leões” abrandaram o ritmo e, no que já se jogou da segunda volta, averbaram 30 pontos (nove triunfos, três empates e uma derrota).

A quebra mais acentuada entre as equipas do topo da classificação aconteceu com o FC Porto. Os “dragões”, que trocaram de treinador entre o final da primeira volta e o início da segunda (Julen Lopetegui cedeu o lugar a José Peseiro, com Rui Barros pelo meio a orientar a equipa em dois jogos do campeonato), estavam invictos após as 13 jornadas inaugurais da I Liga, com 33 pontos fruto de dez vitórias e três empates. As 13 partidas já disputadas na segunda metade do campeonato colocam o FC Porto na quarta posição com 24 pontos (oito triunfos e cinco derrotas).

Apesar de estar amarrado à última posição da tabela desde a décima jornada, o Tondela tem vindo a fazer uma segunda volta interessante: dos 20 pontos somados pelo emblema do distrito de Viseu, mais de metade (12) foram obtidos durante a segunda volta do campeonato. O Boavista, outra equipa envolvida na fuga à despromoção, pode orgulhar-se de ostentar a defesa menos batida da segunda metade da I Liga. Os “axadrezados” sofreram apenas nove golos nas 13 jornadas que já decorreram, tendo sido capazes de manter a baliza inviolada em seis encontros. A equipa orientada por Erwin Sánchez tem defendido melhor do que o Benfica (dez golos sofridos na segunda volta) ou o Sporting (11), por exemplo. Por outro lado, os dois clubes de Lisboa são aqueles que mais têm goleado na segunda metade do campeonato, com 35 e 30 golos, respectivamente, enquanto o Boavista tem sido o segundo ataque mais “económico”, com apenas 12 golos marcados.

Depois de chegar a ser considerado candidato à qualificação para as provas europeias, o Vitória de Setúbal chega a esta fase da temporada ainda intranquilo na classificação. Os sadinos têm apenas cinco pontos de vantagem sobre a Académica, a primeira equipa em zona de despromoção, após uma segunda volta de pesadelo: a equipa orientada por Quim Machado somou apenas sete pontos nas 13 jornadas disputadas (um triunfo, quatro empates e oito derrotas), um registo que a coloca no último lugar da classificação da segunda metade do campeonato. O contraste com as 13 jornadas iniciais da I Liga, quando o V. Setúbal amealhou 18 pontos, é gritante.