"Limbo", quando os animais param no tempo

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"Toda a matéria orgânica segue uma trajectória : vida, morte, decomposição e finalmente o total desvanecimento material. A taxidermia existe devido à inevitabilidade do caminho da vida para o desvanecimento, pressupondo uma tentativa de paragem do tempo." Mariana Lopes apresenta desta forma o seu "Limbo", uma série de fotografias (a primeira parte de um trabalho que envolve ainda uma exposição, um vídeo e um projecto fotográfico conceptual que será apresentado em Setembro como projecto final do curso profissional de fotografia do IPF) que explora a taxidermia. "A taxidermia não lida com a ideia de ressurreição, mas antes com a de eternidade. E para tal o animal tem de estar morto. Morto mas não desaparecido, numa homenagem ou violação à natureza, uma tentativa do homem contornar a questão da vida e morte", explica a autora de "Limbo", que propõe uma reflexão sobre aquilo em que o animal se transforma após a morte. "Sem músculos, ossos, sangue; modelado em poliuretano e gesso, montado em bases metálicas, coberto com a única coisa orgânica que lhe resta : a pele." A segunda parte deste projecto foi distinguida com uma menção honrosa no concurso Talento Fotografia FNAC de 2016.