Farricocos, o outro lado

Fotogaleria

O farricoco era, no passado, uma forma dos fiéis cristãos bracarenses se penitenciarem dos seus pecados, propondo-se caminhar descalços e incógnitos nas procissões que percorriam a cidade durante a Semana Santa. O confessor dava a penitência durante a confissão e os fiéis cumpriam à risca tal preceito. Ajudavam a iluminar as ruas durante os préstitos e a chamar os fiéis às celebrações com o auxílio das matracas, dado que os tilintar dos sinos era proibido durante este tempo especial. O cortejo da procissão "Ecce Homo" é aberto pelo exótico grupo de farricocos com grosseiras vestes de penitência, descalços e encapuçados, de cordas à cinta, como outrora os penitentes públicos, uns empunhando matracas e outros alçando fogaréus (taças com pinhas a arder). Daí chamar-se também a "Procissão dos Fogaréus". Integrados na procissão os fogaréus evocam os guardas que, munidos de archotes, foram, de noite, prender Jesus. Mas afinal, quem são estes farricocos? Como se transfiguram? Como assumem o seu papel? Eis o outro lado dos farricocos.