Investidor do Dubai compra ao Novo Banco centro comercial inacabado em Évora

Shopping está com as obras paradas há mais de dois anos. Câmara de Évora prolongou a licença para a conclusão do empreendimento.

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Patrícia Martins

O Évora Shopping, um centro comercial inacabado, situado na periferia da cidade, foi comprado ao Novo Banco por uma empresa estrangeira, a Ares Capital, que pretende concluir o projecto e abrir ao público em 2017. "A intenção é muito simples, construir um centro comercial e acreditamos no projecto que foi originalmente concebido", afirmou hoje à agência Lusa o director de investimento da Ares Capital, Maximilian Herget.

O responsável confirmou que a empresa comprou o Évora Shopping "no início de Março ao Novo Banco", por um preço que "fazia sentido", sem recorrer a financiamento bancário, mas escusou-se a precisar o valor do investimento.

Integrado num complexo comercial que envolvia um investimento de 60 milhões de euros, o Évora Shopping começou a ser construído em 2011, junto ao bairro de Almeirim, com conclusão prevista para o outono de 2013, mas as obras estão paradas há mais de dois anos.
Antes que ficar nas "mãos" do Novo Banco, o projecto pertencia à EVRET, uma joint-venture entre a Imorendimento e a Madford Developments.

Nas declarações à Lusa, o director da Ares Capital justificou o investimento por considerar que o centro comercial "tem uma razão válida para ser feito" em Évora, mas também por haver "procura e necessidade" e "poder de compra suficiente para apoiar a sua existência".
"Não é um projecto fácil, devido ao seu historial, à sua localização, está vazio há alguns anos, pelo que há infiltrações de água, mas pensamos que é um conjunto de riscos que conseguimos resolver", assinalou.

Maximilian Herget indicou que a Ares Capital pretende "concluir a construção tal como estava originalmente planeada", salvaguardando a introdução de "alterações em termos da configuração das lojas", em que "umas podem ser maiores e outras mais pequenas". "O nosso objectivo é acabar o mais depressa possível. Sabemos que há procura e sabemos que esta procura não vai desaparecer", observou, frisando que o primeiro passo "foi obter a licença" que permite a conclusão das obras junto da câmara.

O director de investimento da Ares Capital adiantou ainda que estão a decorrer "negociações com empresas construtoras" para o reinício dos trabalhos, que deverão estar concluídas nas próximas semanas, considerando que "este é o principal factor em termos de custos".

O centro comercial vai ter um supermercado com cerca de 2000 metros quadrados, zona de restauração e zona de lojas na área da moda, estando prevista a criação de quatro a seis salas de cinema, revelou. Segundo o responsável, a Ares Capital é uma empresa privada detida por uma família do Dubai e que investe no sector imobiliário, estando a instalar escritório em Lisboa e a contratar funcionários.

Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, disse ter tido uma reunião com responsáveis da empresa, que transmitiram ao município a intenção de "concluir a obra e abrir o centro comercial".

Segundo o autarca alentejano, o município decidiu, em reunião pública, prolongar a licença para a conclusão das obras do empreendimento comercial. Por outro lado, está a decorrer um concurso público para a venda de terrenos municipais, junto ao centro histórico da cidade, destinados à construção de um outro centro comercial, com um valor base de 4,4 milhões de euros.

"Um centro comercial, a existir, deveria situar-se o mais perto possível do centro histórico. Se esta obra [Évora Shopping] for concretizada, vai levantar uma situação nova, mas temos de aguardar pelo que se vai passar", frisou Carlos Pinto de Sá. O processo de venda dos terrenos municipais, com uma área de 28.500 metros quadrados e situados na zona das Portas d´Avis, surgiu com o interesse na sua compra de um grupo de empresas para a construção de um novo centro comercial.

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