O “enorme erro” de Maria Sharapova

A russa acusou positivo num teste antidoping durante o Open da Austrália. Para já, a tenista fica suspensa preventivamente.

Foto
Sharapova teve teste antidoping positivo ISSEI KATO/Reuters

Ainda antes de haver algum comunicado oficial da Federação Internacional de Ténis (ITF) ou da Agência Mundial Antidopagem (AMA), Maria Sharapova antecipou-se e veio a público confessar que violou o regulamento antidoping. A tenista russa de 28 anos admitiu que desde 2006 e devido a problemas de saúde (deficiência de magnésio e uma história familiar de diabetes) toma um certo medicamento, cuja substância principal, meldonium, entrou, este ano, na lista de proibições; uma alteração da qual Sharapova afirma não se ter apercebido.

“Recebi uma carta da ITF informando-me que não passei no teste antidoping, no Open da Austrália. Nos últimos dez anos tomo um medicamento receitado pelo médico de família, que contém uma substância chamada meldonium. Durante esse tempo, esse medicamento não fazia parte dos produtos proibidos mas, a 1 de Janeiro, as regras mudaram e meldonium passou a ser proibido”, explicou Sharapova que não compete desde que perdeu (6-4, 6-1) nos quartos-de-final do Open australiano com Serena Williams.

“A 22 Dezembro, recebi uma carta da ITF e tinha um link para a lista de substâncias proibidas para 2016 e confesso que não fui ver. Cometi um enorme erro. Desiludi o desporto e os meus fãs. Durante toda a minha carreira tenho sido honesta e assumo a responsabilidade, não culpo mais ninguém”, frisou Sharapova, actual número sete do ranking e detentora de cinco títulos do Grand Slam.

Maria Sharapova já tinha anunciado a desistência do próximo torneio, o BNP Paribas Open — que se realiza na Califórnia a partir desta quarta-feira — devido a uma lesão no braço esquerdo que a afecta desde o início da época.

Como já em 2008 e 2013 teve problemas no ombro direito que a impediram de disputar o Open dos EUA e, no Verão passado, tinha desistido dos torneios de Toronto, Cincinnati e Open norte-americano, então por causa de um problema na perna esquerda, muitos especulavam que a convocação da conferência de imprensa seria para anunciar o final da carreira. “Vou ter de sofrer as consequências. Não quero acabar a carreira assim e espero ter a oportunidade de voltar a competir”, adiantou Sharapova.

Infografia: Uma década de casos no doping mundial

Enquanto aguarda a sentença das entidades organizadoras do circuito profissional, Sharapova tentará debelar definitivamente a lesão. E com esta admissão de culpa e consequente justificação, deu um passo importante para que a suspensão — que a ITF já adiantou ter início a 12 de Março — seja breve e possa voltar a competir já em Miami, no final de Março.

“Tal como Maria reconheceu, é da responsabilidade de cada jogadora saber o que o seu corpo ingere e saber se é permitido. Este assunto está agora nas mãos do Programa Antidoping do Ténis e os seus procedimentos. A WTA irá apoiar as decisões que decorrerem deste processo”, esclareceu Steve Simon, presidente executivo da WTA.

Sugerir correcção
Comentar