As repetições vídeo vão ajudar os árbitros a decidir

International Board deu luz verde a período de experiência durante dois anos. Regra da tripla punição também muda.

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REUTERS/Ueslei Marcelino

É um marco nas regras do futebol. Durante um período experimental de pelo menos dois anos, os árbitros vão poder recorrer a imagens televisivas durante os jogos.

Esta medida foi aprovada neste sábado no País de Gales pelo International Board (IFAB), a entidade que regula as leis no futebol, e entrará em vigor, se não for antes, na época 2017-18.

“O IFAB autoriza um tipo de experiência, que envolve um vídeo-árbitro que terá acesso às repetições das imagens televisivas durante o jogo, podendo rever uma decisão a pedido do árbitro ou comunicando, de forma proactiva, um incidente que poderá ter escapado ao árbitro”, diz o comunicado, emitido após a reunião realizada em Cardiff.

“A expectativa não é ter um acerto de 100% em todos os incidentes do jogo, mas claramente evitar decisões erradas que estão pré-definidas como situações que mudam o jogo – golos, penáltis, cartões vermelhos directos e erros na identificação dos jogadores [a punir]”, acrescenta o mesmo comunicado. De fora ficam, entre outros, os lances de fora-de-jogo.

O International Board, que é formado pela FIFA e pelas federações Inglesa, Galesa, Escocesa e Irlandesa, foi durante anos resistente às novas tecnologias. Em 2012, deu um primeiro passo no sentido da mudança, ao autorizar o recurso a tecnologia de linha de baliza, que diz em tempo real ao árbitro se a bola cruzou a linha de golo, mas esta é a primeira vez que aceita o recurso a imagens televisivas, algo que é reclamado por muitos adeptos e dirigentes.

“Hoje tomámos uma decisão verdadeiramente histórica para o futebol”, disse Gianni Infantino, novo presidente da FIFA. “Ouvimos os adeptos, os jogadores, o futebol. É certo que devemos ser prudentes, mas estamos abertos a dar passos concretos em frente.”

Os primeiros testes serão realizados em modo "offline", ou seja, sem comunicação entre o árbitro principal e o assistente de vídeo, prevendo-se que, pelo menos em 2017-18, o sistema já esteja a funcionar na íntegra.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) já manifestou, entretanto, o apoio "sem reservas" a esta decisão. 
"A FPF apoia todas as decisões que auxiliem o futebol, como é o caso. No campo da arbitragem, é conhecido o nosso esforço no sentido de dotar as equipas de arbitragem dos melhores meios disponíveis. O árbitro é um elemento central do jogo e todos os mecanismos que o auxiliem na tomada de decisão devem ser testados e analisados, sem receios e sem conservadorismos", apontou Fernando Gomes, presidente do organismo, Fernando Gomes.

Outra situação revista no encontro deste sábado foi a regra da tripla penalização, que diz respeito às situações em que uma equipa é punida com um cartão vermelho, um penálti e a suspensão do jogador em causa para a partida seguinte.

"Se o guarda-redes ou um defesa tentar jogar a bola, travar um duelo de forma correcta, e cometer falta, não haverá lugar a cartão vermelho, apenas a amarelo. Para todos os outros causos, como o jogo violento, será cartão vermelho", explicou Infantino. Esta medida entrará em vigor a 1 de Junho, sendo válido já durante o Europeu de França e a Copa América.


 

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