ArtinVitro: estas plantas crescem em frascos e só precisam de luz

Bruno Loureiro e Miguel Águas criaram um sistema de criação de plantas em frascos, no qual estas só necessitam de luz para sobreviver. "Start-up" da incubadora da UTAD lançou campanha de "crowdfunding"

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Dois jovens empreendedores lançaram a ArtinVitro, um projecto instalado na incubadora da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) que cria plantas em frascos, onde só necessitam de luz para sobreviver, e une a biotecnologia à componente artística e didáctica.

Bruno Loureiro, ex-aluno do curso de genética e biotecnologia da UTAD, uniu-se a Miguel Águas, aluno de mestrado em ciências da comunicação na área das relações públicas e publicidade, no projecto ArtinVitro. A ideia base é "a criação de plantas ornamentais que não necessitem de cuidados por parte dos utilizadores e que possam ser um objecto agradável à vista", afirmou à agência Lusa Bruno Loureiro, 29 anos.

Apesar de estarem a optimizar mais plantas, para já está a ser usada apenas a calandiva, também conhecida como flor da fortuna, que é colocada em frascos com a raiz enterrada num gel. Este gel possui todos os nutrientes que a planta necessita para sobreviver durante um determinado número de meses, dependendo do tamanho do frasco e da quantidade do mesmo.

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"Durante esse período as pessoas só têm que pôr a planta num espaço luminoso e evitar grandes choques térmicos (temperaturas inferiores a dez graus e superiores a 30), e ela vai crescendo e desenvolvendo-se um pouco à imagem do proprietário", explicou Bruno Loureiro. "Pode-se observar o crescimento do todo da planta, não só na parte aérea como também na raiz, e ver como a planta se comporta em cada espaço", continuou.

"Como a planta está num ambiente isolado, controlado pelo utilizador, cada pessoa terá um objecto que em si é único porque vai ser um pouco a imagem do tratamento que se dá à planta", salientou. Esta é uma "boa solução" para quem "gosta de plantas mas não tem tempo para cuidar delas".

Dentro dos frascos, as plantas possuem nutrientes para sobreviverem durante três, seis ou 12 meses, período após o qual se deve juntar água para descolar o gel e transplantar, depois, para um vaso comum. O projecto junta dois campos diferentes: a biotecnologia, através da micro propagação de plantas, e a componente artística e didáctica, criando produtos adaptáveis a vários contextos.

Com esta ideia, que surgiu no final de um estágio no laboratório de cultura "in vitro" da UTAD, em Vila Real, Bruno quer criar o seu próprio emprego. Os jovens estão a promover uma campanha de "crowdfunding" que pretende chegar aos 2.500 euros. O objectivo é "angariar fundos para financiar todo o equipamento necessário ao desenvolvimento e armazenamento do produto", bem como equipar e torná-lo mais profissional salientou, por sua vez, Miguel Águas, de 26 anos. O jovem referiu ainda que entrou no projecto por acreditar que "tem potencial de mercado" e frisou que espera que se transforme, também, numa oportunidade de trabalho".

Os empreendedores estão neste momento instalados na incubadora da UTAD.

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