O formato remete para os robôs de limpeza, mas este aspirador não percorre sozinho as divisões em busca de pó. Precisa de ser operado, sim, mas tem uma características que o distingue. O “Cork&Shock” é revestido a cortiça e foi desenvolvido por um designer luso-francês, no âmbito de uma dissertação de mestrado.
Mas porquê trocar parte do plástico por cortiça no revestimento de um electrodoméstico? A escolha deste material, explica Damien Gaspar ao P3, prende-se com uma tentativa de resolução de problemas decorrentes da utilização de electrodomésticos, como a “deterioração, a longevidade após manuseamento e a usabilidade”. O aspirador, “por ser o electrodoméstico mais propício aos problemas descritos”, afigurou-se ideal para a investigação do mestrado em design de produto da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa.
A cortiça, enquanto matéria-prima com características especiais como “leveza, elasticidade, compressão, impermeabilidade a líquidos e gazes”, continua o designer de 28 anos, é um “excelente isolante acústico e térmico, tem combustão lenta, é resistente ao atrito, hipoalergénica e suave ao toque”.
Para atestar a aplicação do material, Damien uniu-se à Corticeira Amorim, ao Fablab da EDP, ao Centimfe e à Iberomoldes. O protótipo foi testado por 46 pessoas e, findo esse processo, concluiu-se que o aglomerado de cortiça tem várias vantagens quando empregue num aparelho como o aspirador. Além de proteger móveis e paredes das habitações, a cortiça não se degrada com os impactos e os riscos nem emite ruído quando em contacto contra os mesmos. O facto de também as zonas de toque estarem revestidas imprime um “conforto táctil”.
O conceito do “Cork&Shock” tem o registo de modelo industrial concluído. O registo de patente está pendente e a produção do aspirador depende, diz o designer que trabalha na concepção e desenvolvimento de candeeiros, de financiamento.
