Seabin, uma “solução simples” para ajudar a limpar os oceanos

Pete e Andrew desenvolveram uma tecnologia baptizada de Seabin e estão a angariar fundos para a tornar numa realidade em portos e marinas de todo o mundo

Pete Ceglinski trabalhava como designer de produto numa empresa de produtos de plástico. Um dia, num exercício de auto-reflexão, apercebeu-se dos estragos que aqueles materiais faziam nos oceanos e demitiu-se. Foi quando conheceu o projecto de Andrew Turton, miúdo habituado à água e revoltado com a poluição crescente dos mares, e decidiu juntar-se a ele. A dupla desenvolveu uma tecnologia baptizada de Seabin e está agora a angariar fundos para a tornar numa realidade em portos e marinas de todo o mundo. E dessa forma contribuir para a limpeza dos oceanos.

É apenas um ponto de partida, mas o ambiente controlado das marinas e portos, onde não há mar aberto nem tempestades, pareceu-lhe o "lugar perfeito para começar". A "solução simples" passa pela instalação nesses espaços do Seabin, um dispositivo capaz de atrair todos os resíduos plásticos à volta, e que além de ser "muito eficiente" tem "baixo custo", dizem os criadores.

O problema da poluição dos oceanos por plásticos foi recentemente alvo de um estudo global de uma equipa de investigadores. Os resultados são alarmantes: há mais de 268 mil toneladas de plástico a boiar nos oceanos. Para terem uma ideia, é mais ou menos o equivalente a uma fila de autocarros articulados entre Viseu e Lisboa

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Pete Ceglinski e Andrew Turton são os autores da ideia DR

Actualmente, são os chamados "barcos de lixo" a solução típica mias utilizada para limpar os oceanos. Mas é uma prática e pouco eficaz, alega Caterina Amengual, directora geral do meio ambiente para as ilhas baleares, em Espanha. Na página do "crowdfunding" do Seabin — que quer angariar 230 mil dólares (cerca de 210 mil euros) —, os autores referem ainda uma ideia pensada à escala dos oceanos, a "The Ocean Clean Up" como um exemplo a seguir. "Neste momento é apenas um conceito, mas um excelente conceito", dizem.

Para já, o que o Seabin tem de vantajoso é, antes de mais, estar pronto a ser utilizado. "O Seabin não é grande ou volumoso e pode caber discretamente em qualquer canto de um marina, sem ocupar espaço para doca ou barcos. Os resíduos são recolhidos de forma fácil e eliminados de forma responsável no sistema de eliminação de resíduos [do próprio local onde estiver instalado]."

O funcionamento é simples. O dispositivo é colocado na água e preso a uma doca flutuante. Depois, uma bomba de água cria um fluxo trazendo o lixo flutuante e detritos até ao Seabin e guardando-os num saco de fibra natural. Com ou sem "crowdfunding", a produção deverá começar a ser feita no final de 2016.

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