Banif lucra seis milhões de euros até Setembro

Valor contrasta com prejuízo homólogo de 154,9 milhões de euros.

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Filipe Arruda

O Banif divulgou esta quarta-feira à noite resultados consolidados, não auditados, de um lucro de 6,2 milhões de euros nos nove primeiros meses do ano, valor que compara com um prejuízo homólogo de 154,9 milhões de euros.

O produto bancário baixou 27%, para 170,6 milhões de euros, muito por força das operações financeiras, que desceram 54%, para 46,6 milhões de euros. Com efeito, nas outras componentes a variação foi positiva, com um crescimento de 39% na margem financeira, para 87,8 milhões de euros, e 19% nas comissões, para 55,5 milhões. O menor custo dos depósitos foi um dos pilares da melhoria da margem financeira

Já nos custos de estrutura, o encerramento de 43 balcões em Portugal desde Dezembro e as saídas de 694 trabalhadores desde Setembro permitiram uma diminuição em 23%, para 120,4 milhões de euros.

Estes custos desagregam-se pelo pessoal, onde desceram 22%, para 73,4 milhões de euros, gastos gerais administrativos, que foram cortados em 23%, para 36,7 milhões de euros, e amortizações, que foram reduzidas em 29%, para 10,3 milhões de euros.

Um contributo positivo para o resultado líquido veio também das provisões e imparidades, que baixaram 54%, para 80,1 milhões de euros. Ainda assim, a instituição financeira liderada por Jorge Tomé realça que a imparidade foi “penalizada pelo reforço para dotações para activos imobiliários classificados como activos não correntes detidos para venda”, no montante de 14,6 milhões.  Já a imparidade de crédito desceu 82,2 milhões entre Janeiro e Setembro (-58,8% em termos homólogos).

Ao nível do resultado de operações descontinuadas, relativas ao Banif (Brasil), Banif Bank (Malta), Banco Caboverdiano de Negócios, Açoreana Seguros e Banif Mais (este vendido à Cofidis por 400 milhões), o valor  passou de negativo em 42,1 milhões para positivo em 35,1 milhões.

O rácio de transformação de depósitos em crédito foi de 106,2%. O crédito bruto a clientes atingiu os 7612 milhões a 30 de Setembro, o que representa menos 3,7% face ao final de 2014. “Esta evolução reflecte a redução da exposição do banco a sectores não estratégicos” e “uma mais criteriosa política de concessão de crédito”, diz o Banif. Quanto aos depósitos, estes estavam nos 6182 milhões, menos 4,9% face a Dezembro do ano passado.

O banco refere que este dado deve-se, “fundamentalmente”, ao fecho de agências, tendo sido encerradas 43 unidades. Os recursos totais de clientes caíram 6,8% no período em análise, para 6400 milhões.

Apesar da inversão do sinal dos resultados, o Banif viu o seu capital contrair-se, de 803,5 milhões -- valor de Dezembro último -- para 675,3 milhões de euros, muito por força da rubrica “outras reservas e resultados transitados”', que passou de 952,2 milhões para 1.248,6 milhões de euros.
 

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