Protesto contra o acolhimento de refugiados em Portugal junta 150 pessoas

"Cuidar dos Nossos Primeiro" foi o mote da manifestação frente à Assembleia da República.

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Em muitos países têm existido manifestações de apoio ou contra os refugiados Antonio Bronic/Reuters

Cerca de 150 pessoas manifestaram-se neste domingo frente à Assembleia da República (AR), em Lisboa, contra o acolhimento de refugiados por Portugal.

Na manifestação contra a entrada de refugiados em Portugal, sob o mote "Cuidar dos Nossos Primeiro", estavam representantes de vários grupos surgidos nas redes sociais, "com várias interpretações, algumas mais radicais, outras menos radicais", mas cujo ponto de vista geral é que "nas condições actuais em que Portugal está [os refugiados] não são bem-vindos", disse Nelson Dias da Silva, um dos presentes.

Apesar de ter sido indicado pela organização do protesto como porta-voz, Nelson Dias da Silva disse aos jornalistas representar o grupo criado na rede Facebook "Imigrantes não obrigado", que desde sábado está bloqueado nesta rede social e que é agora um grupo secreto. De acordo com Nelson Dias da Silva, Portugal "não se pode dar ao luxo de não acolher [os portugueses] e de não resolver primeiro os problemas" do país.

Dias da Silva defendeu que "quem cumpre os critérios [de refugiado, ao abrigo da Convenção de Genebra] deve ser acolhido em situação transitória, não sendo uma situação definitiva para tratar de imigração". "Se estamos a falar de migrantes, então vamos escolhê-los. É assim que qualquer país civilizado faz. Pega na sua economia, no seu sector económico e escolhe as pessoas que precisa, as qualificações e também a cultura", afirmou, salientando que há "pessoas de culturas divergentes, que pela sua própria natureza é mais difícil de integrar".

A manifestação estava marcada para as 14h00, mas a essa hora eram pouco mais de uma dezena os participantes. Uma hora depois, estavam cerca de 150 pessoas no protesto.

Os manifestantes prepararam cartazes onde se lia "Refugees not welcome" ("Refugiados não são bem-vindos"),"Sharia = a lei primitiva", "Portugueses contra o Islão" e "Não à invasão da Europa. A imigração só serve o capitalismo". "Portugal aos portugueses", "Dois milhões em pobreza à espera de igualdade social", "Primeiro os nossos", "Mais apoio para os portugueses" eram outras mensagens de protesto. Dias da Silva rejeitou que esta manifestação tivesse um cunho racista ou xenófobo.

Nas grades colocadas pela polícia em frente da AR estavam também duas bandeiras da Hungria, como agradecimento a este país "por ter fechado as fronteiras", segundo João Martins, um dos participantes. João Martins afirmou ainda que um grupo destes manifestantes irá entregar na embaixada da Hungria, em data a definir, uma carta de agradecimento pela posição húngara de fechar as fronteiras à vaga de refugiados e migrantes, sobretudo do Médio Oriente.

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