Kevin Anderson não é só serviço

O tenista sul-africano afastou Andy Murray do Open dos Estados Unidos.

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Kevin Anderson nem queria acreditar que tinha eliminado o número três do mundo Jerry Lai/Reuters

Kevin Anderson só tinha ganho uma vez em seis duelos com Andy Murray, em 2011, e contava com sete derrotas nos oitavos-de-final que disputou em torneios do Grand Slam; a última, há dois meses, em Wimbledon, liderou por 2-0 em sets diante de Novak Djokovic. Mas o sul-africano de 29 anos e 2,03m de altura chegou a Nova Iorque na sua melhor posição de sempre, 14.º lugar, e mostrou que não tem só um portentoso serviço: aos 25 ases, somou mais 47 winners de direita e esquerda e obteve quatro breaks para eliminar o número três do ranking.

“Apenas mantive a minha compostura todo o tempo e, honestamente, joguei, provavelmente, o melhor encontro da minha vida. Claro que estar nos quartos-de-final pela primeira vez em Nova Iorque é espantoso”, disse Anderson, após ter deitado as mãos à cabeça no final de um tie-break perfeito, caindo em si pelo enorme feito: venceu Murray, por 7-6 (7/5), 6-3, 6-7 (2/7) e 7-6 (7/0), em quatro horas e 18 minutos.

Após vencer o primeiro tie-break, Anderson não abrandou e chegou a 5-1. Não concluiu na primeira vez em que serviu, mas na segunda, no quinto set-point selou uma vantagem que o fez acreditar ainda mais. Murray, por seu lado, foi deixando sair a frustração através de palavrões ou partindo a raqueta. Mas jogou o seu melhor ténis a partir do terceiro set e, no quarto, tentou puxar o público para o seu lado. Foi então que Anderson mostrou a sua solidez mental, servindo em grande plano e não enfrentando qualquer break-point no derradeiro set.

“Penso que servi muito bem, o que me ajudou muito no quarto set, em especial, por servir em primeiro lugar e estar acima em cada jogo. Não podia desejar um melhor tie-break; quem me dera jogar todos os tie-breaks assim”, admitiu Anderson, radicado nos EUA há 10 anos nos EUA, tendo passado pelo circuito universitário, competindo pela Universidade do Illinois e só enveredando pelo profissionalismo em 2007. E Murray, pela primeira vez desde 2010, não atinge os quartos-de-final de um major.

Resta saber se Anderson vai conseguir manter este nível de ténis, frente a Stan Wawrinka (5.º), que ultrapassou Donald Young (68.º), por 6-4, 1-6, 6-3 e 6-4.

John Isner (13.º), contemporâneo de Anderson no circuito universitário dos EUA, fez uma exibição quase perfeita, mas encontrou um Roger Federer em grande forma. O número dois do ranking contrariou como ninguém os poderosos serviços adversários, inclusive um a 224 km/h, na decisão do set inaugural – nos 428 tie-breaks que Isner já disputou no ATP World Tour, nunca tinha levado um 7/0. Por seis vezes, Isner esteve a dois pontos de ganhar um set, mas o suíço foi melhor no segundo tie-break e assinou o único break do encontro para vencer, por 7-6 (7/0), 7-6 (8/6) e 7-5.

Federer, que ainda não cedeu um set na prova, vai discutir um lugar nas meias-finais com Richard Gasquet (12.º), vencedor de Tomas Berdych (6.º), por 2-6, 6-3, 6-4 e 6-1.

No torneio feminino, Petra Kvitova (4.ª) vai defrontar Flavia Pennetta (26.ª) e Simona Halep (2.ª) joga com Victoria Azarenka (20.ª). Roberta Vinci (43.ª) é a primeira semifinalista depois de afastar Kristina Mladenovic (40.ª), por 6-3, 5-7 e 6-4, aguardando qual a Williams que vai encontrar, Serena ou Venus.

 

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