Quando a bandeira de um país vai a votos

Governo neo-zelandês revelou as quatro propostas finalistas do concurso para substituição da bandeira do país. Eleitores decidem a favorita em Novembro

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A Nova Zelândia pode vir a ter uma nova bandeira já em 2016 e a decisão está nas mãos dos eleitores do país. O governo, liderado pelo primeiro-ministro John Key, lançou um concurso para propostas de alternativa à bandeira que representa a Nova Zelândia desde 1902, e as finalistas foram divulgadas esta terça-feira, 1 de Setembro.

A folha de feto — símbolo do país, também presente no equipamento da selecção de râguebi, os “All Blacks” — está presente em três dos quatro designs finalistas. A quarta proposta ostenta o “koru”, um símbolo “maori” que representa uma nova vida. Os eleitores neo-zelandeses vão ser chamados às urnas, entre os meses de Novembro e Dezembro de 2015, para escolherem a favorita entre as quatro finalistas. Já em Março de 2016, em novo referendo, vão poder dizer se preferem a actual bandeira (“1902 flag”) ou a nova.

O processo, levado a cabo pelo Painel para a Consideração da Bandeira, não tem sido pacífico. Em causa está o seu custo: 26 milhões de dólares neo-zelandeses (perto de 15 milhões de euros). De acordo com a CNN, John Key pretende “fortalecer o sentimento de identidade nacional” do seu país.

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A actual bandeira é conhecida como 1902 flag, o ano em que foi adoptada

A actual bandeira da Nova Zelândia — de fundo azul, com a “Union Jack”, bandeira do Reino Unido, no canto superior esquerdo, e a constelação Cruzeiro do Sul — é frequentemente confundida com a da Austrália, outro dos argumentos do primeiro-ministro para justificar a mudança. O arquipélago da Oceânia pertence, tal como a Austrália e mais 51 países, à “Commonwealth” e tem a rainha Isabel II como chefe de Estado. O debate sobre a alteração deste símbolo nacional não é recente, sendo mais ou menos recorrente há 40 anos.

Mais dez mil propostas foram submetidas no concurso impulsionado por Key e as quatro finalistas não reúnem consenso na Internet. No Twitter, a “hashtag” #nzflag está repleta de críticas aos designs escolhidos, com imagens satíricas. O facto de, aparentemente, nenhum designer ou artista ter sido convidado para integrar o Painel para a Consideração da Bandeira é outro motivo de crítica.

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