Num enquadramento sócio-cultural onde se assiste à promoção de valores associados à competição indiscriminada com tudo e com todos e, consequentemente se observam elevados índices de stress associados a fenómenos de alienação e descentração de si próprio, torna-se primordial a aquisição de ferramentas que promovam o "retorno a si próprio".

Tal facto, pode ser facilmente observável estejamos a falar do "cidadão comum" ou do "super atleta" que todos ambicionamos ser... mesmo que não seja assim tão fácil de admitir, para alguns de nós...

Na realidade, se estivermos a falar no âmbito da população dita "normal", uma imensa multiplicidade de estudos científicos na área da psicologia da saúde e da psicologia do exercício e actividade física, reportam-nos de uma forma assustadoramente consistente, como os actuais estilos de vida que mantemos nos empurram para processos de "envelhecimento precoce", seja pela acentuação de patologia especifica - de ordem fisiológica ou mental - ou pela antecipação de fenómenos degenerativos, naturalmente observados em idades mais avançadas.

De igual forma, e no que respeita à população dos atletas, encontra-se igualmente amplamente documentado que o sucesso se encontra inerentemente associado a um conjunto de factores, dos quais de poderia destacar a centração do sujeito em si próprio, através do estabelecimento de objectivos específicos que, de forma articulada, garantem a sua progressão, numa lógica de auto-superação.

O Homem, enquanto ser multisensorial que é, possibilita combinações infinitas de estratégias de optimização que, planeadas de forma integrada e articulada, permitem dar resposta às especificidades únicas de cada sujeito.

Senão vejamos:
Se um corredor procurar o auxilio da minha área especifica pode observar ganhos na sua experiência de running? Naturalmente que sim... 

Mas o que pode potenciar o treino de competências emocionais (por exemplo, elevar os seus níveis de resistência à frustração, face ao processo de treino)?
Bom, emoções são na realidade uma forma de "energia" e, seguindo esta perspectiva, quais serão os melhores aliados para potenciar o treino que pretendo desenvolver? Um plano alimentar adequado ao nível de desgaste, certamente... uma correcta preparação física que potencie o equilíbrio harmonioso de todas as estruturas e a diminuição do risco de lesão, claro que sim... um sono naturalmente repousante que potencie uma recuperação mais eficiente do desgaste acumulado, idem... e, não menos importante, uma consciência corporal elevada, que permite não só identificar fenómenos que possam desencadear lesão mas também a somatização da alteração dos estados emocionais em "real time", melhor ainda!
O verdadeiro desafio que teremos sempre pela frente, encaremos o running como uma atividade de lazer ou de competição, será sempre em que vertentes devemos actuar para optimizar a nossa experiência de running... e são tantas... e como se torna quase "adictive" observarmos que, a cada esforço de alteração do nosso "status quo" prévio (seja uma pequeníssima alteração alimentar ou a simples decisão de "hoje, caminharei 15m.. daqui a 1 mês correrei 30m")... a nossa qualidade de vida e o nosso desempenho altera-se, mesmo que de uma forma quase imperceptível inicialmente.

O Running, neste enquadramento, transforma-se por si só num fantástico exercício de compromisso connosco próprios... e num óptimo pretexto para começarmos a cuidar... de "todas as partes" de nós!

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