Cartas à directora

A dificílima prova da corrupção!

Andamos aqui muito preocupados no nosso quintal lusitano, com a prisão preventiva de alguns (poucos) políticos indiciados por alegados actos de corrupção, mas devíamos antes conhecer o recente caso da corrupção de altos dirigentes da FIFA, para perceber melhor as dificuldades de provar tais actos. Vou apenas salientar uns factos já conhecidos e publicados nos mídia dos EUA. A corrupção começa em 1990, com a organização dos campeonatos mundiais de futebol. E só em finais de 2011, as autoridades dos EUA, ao acusar Chuck Blazer (S.G. da Confederação de Futebol da América do Norte) por fuga aos impostos, conseguiram que falasse sobre o problema de fundo, e por troca de uma pena mais leve, obter denúncias e provas do envolvimento de dezenas de dirigentes a nível mundial. Acrescente-se que o denunciante tem hoje 70 anos, e sofre de um cancro grave no cólon... Ora em Portugal, as nossas autoridades Judiciais não têm por hábito entrar neste tipo de acordos. Não que estejam proibidas por lei de o fazer, simplesmente não gostam. É caso para os cidadãos preocupados com o actual estado da corrupção em Portugal, questionarem o CSM se não tenciona inverter este comportamento dos Juízes. Nos EUA chama-se "plea bargain", e é tão popular que basta ver uma qualquer série americana na TV, para os conhecermos, de tão normais que são. Se com isto não conseguirmos ter um bocado de compreensão pelos Juízes do DCIAP, que contra toda a opinião pública e publicada persistem em tentar provar ilícitos, então é porque estamos mais a favor dos corruptos, dos que os que tentam julgá-los. Aliás, na minha modesta e talvez ignara opinião, nestes 41 anos de democracia, tem-se legislado mais a favor dos direitos, liberdades e garantias dos arguidos, do que a favor das suas vítimas.

Manuel Martins, Alandroal

Sustentabilidade da Segurança Social

A sustentabilidade da Segurança Social é um assunto muito sério! As reformas e pensões dirigem-se a uma grande parte da população portuguesa. Com a idade e problemas de saúde, os pensionistas e reformados vivem do que recebem em proporção dos descontos feitos para a Segurança Social. As reformas por invalidez e velhice são numerosas. As propostas socialistas de meter a mão no bolo da SS, através da baixa da TSU revelam pura insensatez. Subam os ordenados  que há mais descontos para a SS. Baixem o IRS para os portugueses terem mais dinheiro no final do mês! O socialista João Galamba diz que “não há qualquer descapitalização da Segurança Social”. Se há menos descontos há menos dinheiro a entrar nos cofres! Um dos problemas da democracia portuguesa é dar voz a qualquer panfletário! (...)  Dá ”pano para mangas” discutir sobre a submissão à Troika, ao aumento de impostos, economia paralela e ao sobe e desce da TSU. As reformas dos portugueses são sagradas. Esse dinheiro corresponde a muitos anos de descontos. (...) Experiências são no LNEC! O fundo de estabilização financeira da Segurança Social não é para desbaratar. Esse fundo cobre as despesas previstas com pensões durante dois anos! É uma tentação o dinheiro obtido com os descontos, alienação do património e alguns ganhos com aplicações financeiras, tudo em regime de capitalização. Socialistas, sociais-democratas e centristas, tirem a mão do FEFSS. Em Setembro, os políticos experimentalistas podem-se entreter com a edição especial do Monopólio!

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

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