TAP perde quota de mercado no primeiro trimestre

Companhia reduziu peso nos movimentos e passageiros transportados em praticamente todos os aeroportos nacionais.

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Maior recuo da TAP ocorreu no Porto, com a perda de cinco pontos percentuais Nelson Garrido

A TAP perdeu quota de mercado no primeiro trimestre deste ano, tendo as companhias low cost Ryanair e Easyjet aumentado o seu peso nos aeroportos nacionais, com destaque para a primeira. E isto num período em que a transportadora aérea nacional não enfrentou greves, como viria a acontecer no início de Maio.

De acordo com o boletim estatístico publicado pela Autoridade Nacional da Aviação Civil, a TAP diminuiu a quota de mercado, em termos de movimentos, em Lisboa, no Porto e em Faro, mantendo-se igual em Ponta Delgada. Já em termos de passageiros, perdeu terreno em todas estas infra-estruturas aeroportuárias, à excepção de Faro, mas também registou uma queda no Funchal.

O maior recuo, em pontos percentuais e no que toca ao movimento de aeronaves, deu-se no Porto, onde a quota de mercado da companhia de aviação nacional caiu de 40%, no primeiro trimestre deste ano, para 35%, nos primeiros três meses de 2014.

Já em Lisboa, a queda foi de 62% para 60% e, em Faro, de 14% para 12%. Em Ponta Delgada, o peso manteve-se nos 4%. Pelo contrário, no Funchal a tendência foi de subida, embora ligeira, com a quota de mercado a passar de 33% para 34%.

Em termos de passageiros, foi na capital que a TAP, cuja privatização entrou numa fase decisiva esta semana, perdeu mais terreno, tendo o seu peso diminuído em sete pontos percentuais, de 60% para 53%.

A companhia de aviação nacional também viu a quota de mercado cair de 28% para 24% no Porto, de 34% para 31% no Funchal e de 7% para 6% em Ponta Delgada. Já em Faro, registou-se o movimento oposto, com um aumento de 7% para 8%.

Ao mesmo tempo, as companhias de aviação low cost Ryanair e Easyjet aumentaram o seu peso nos aeroportos nacionais, com destaque para a primeira, que registou subidas em Lisboa, Porto e Faro.

No primeiro caso, em termos de movimentos o acréscimo foi de seis pontos percentuais, de apenas 2% para 8%. E, no que diz respeito aos passageiros transportados, o aumento foi ainda mais expressivo, passando de 3% para 11%.

No Porto, subiu de 25% para 26% nos movimentos e de 37% para 40% nos passageiros. E, por fim, em Faro, assistiu a um incremento de três pontos percentuais nos movimentos, chegando aos 20% de quota de mercado, e de dois pontos percentuais nos passageiros, atingindo os 24%.

Já a Easyjet cresceu globalmente no Funchal: de 11% para 14% nos movimentos e de 16% para 18% nos passageiros. Em Lisboa, o peso nos movimentos de aeronaves caiu de 8% para 7%, mas em termos de clientes subiu de 10% para 11%.

Já no Porto, a tendência foi de manutenção nos movimentos, com uma quota de 5% e de recuo nos passageiros (de 9% para 8%). Por último, em Faro, o peso em termos de passageiros manteve-se em 24% e, nos movimentos, cresceu de 18% para 20%.

Estes dados não abrangem ainda o período da greve dos pilotos, que ocorreu entre 1 e 10 de Maio. Só os dados do segundo trimestre permitirão analisar os impactos desta paralisação de dez dias nos resultados da TAP e das suas concorrentes.

A privatização da companhia está em ritmo acelerado, tendo a administração da TAP apresentado nesta quarta-feira à Parpública, a holding que detém as acções da empresa, o relatório em que analisa as propostas de compra dos três candidatos, no que diz respeito ao plano estratégico.

A Parpública tem até sexta-feira para se pronunciar sobre as ofertas. E será com base nesse relatório, cuja entrega pode ser antecipada, que o Governo tomará a decisão: escolherá já o vencedor ou iniciará uma etapa de negociação para melhorar as propostas.

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