Tomás Silva: “O meu jogo está no ponto”

Jogador do CG Estoril defende título esta semana no Campeonato Nacional Absoluto

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Depois das vitórias em 2010 e 2014, Tomás Silva parte em busca do "tri" / © FILIPE GUERRA

Tomás Silva frequenta o último ano do curso de Economia no ISEG, agora conhecido Lisbon School of Economics & Management e, no mesmo dia em que começar a defender o título no Campeonato Nacional Absoluto, na próxima quinta-feira, tem um teste da cadeira de Economia Industrial e da Empresa. Mas, apesar de eterna dificuldade em conciliar os estudos com o golfe, o jogador do Clube de Golfe do Estoril, de 22 anos mostra-se confiante em alcançar o seu terceiro título no mais importante torneio do calendário federativo (além de em 2014 na Quinta do Peru, venceu em 2010 em Tróia), apesar de o palco deste ano, o campo de Santo Estêvâo, não ser propriamente do seu agrado.

GOLFTATTO – Como te sentes à partida para defesa do título?

TOMÁS SILVA  Sinto-me bem. Acho que o jogo está no ponto. Alguns erros que vinha cometendo ao longo da época, já os consegui minorar. 

Fizeste o diagnóstico desses erros?

Sim, claro, ao longo das voltas foi fácil de ver quais os erros, através das estatísticas e não só. Para começar o shot ao green – criava poucas oportunidade de birdie. Depois havia uma grande inconsistência também nos shots de saída. E depois, claro, o putting

Pode dizer-se então que o teu jogo não estava bem na generalidade…

Exactamente. Daí os maus resultados no Circuito Liberty, no Internacional de Portugal e em Espanha. Em Espanha, onde joguei dois torneios seguidos, estive mal no Copa Sotogrande e melhor no Internacional de Espanha [ficou nos 16 melhores entre 120 participantes], porque já vinha com algumas semanas de jogo, mas o jogo ainda não estava no ponto em que eu queria.

Agrada-te o Campeonato Nacional Absoluto em Santo Estêvão?

Não posso dizer que sim nem que não. Acho que não favorece os bons jogadores. É um campo aberto, mesmo falhando um drive a bola pode ficar em jogo. Um campo de Campeonato Nacional tem de ser mais penalizador para quem dá um mau shot. É um campo razoavelmente comprido e quem ficar mais perto do green e criar mais oportunidades vai sair vencedor.

Não é um campo que te favoreça…?

Não posso dizer que não favorece. Favorece os jogadores que não estão com tanta consistência, pelo menos no shot do tee, ficam com mais manobra, podem falhar mais à esquerda ou à direita.

Tens feito alguma preparação especial?

Não diria especial. Apliquei-me nos pontos fracos do meu jogo e basicamente melhorei, não fiz nenhuma preparação especial.

Mas neste dias que antecedem o Campeonato Nacional não estás a treinar mais?

Não vale a pena treinar mais, é manter o rimo, as rotinas, fazer o que vinha fazendo anteriormente e chegar ao campeonato e fazer aquilo que consigo fazer.

Estás confiante num terceiro título?

Estou confiante, creio que vai ser um campeonato muito disputado, como foram os outros também, mas penso que se conseguir fazer o meu jogo ao longo dos quatro dias, se tiver calma, se for paciente e aproveitar as oportunidades, desta forma estou confiante que o meu terceiro título vem para casa.

Se para este Campeonato Nacional tivesses de apostar num campeão que não fosses tu, quem seria? 

Podia dizer o Vítor Lopes, pela campanha fantástica que tem vindo a fazer, podia dizer o Pedro Lencart por ter sido o único português a passar o cut no Internacional de Portugal, podia dizer o João Ramos que tem vindo num crescendo de forma ao longo do ano, podia enumerar mais alguns jogadores mas acho que qualquer jogador que faça parte dos quadros da selecção nacional tem capacidade para ganhar.

Será um dos campeonatos mais abertos do último ano, isto é, com mais candidatos à vitória?

Penso que sim. Se bem que nos outros anos os jogadores de selecção tivessem sempre de ser tidos em conta. Mas penso que este ano poderemos ter dos campeonatos mais disputados dos últimos anos.

Vais ter algum caddie?

O meu pai. Os horários do meu pai são inconstantes, mas, se tudo correr bem, estará do meu lado nos quatro dias. 

Qual a importância de levares o teu pai de caddie?

Além de conhecer, o meu jogo desde sempre, já me conhece muito bem, já sabe como deve falar e não deve falar, quando eu preciso de ajuda para alguma linha ou para alguma situação que encontre no campo, às vezes para saber como estão as coisas tanto atrás como à frente. E acima de tudo, antes de ser caddie-pai, é um amigo.

Estás no último ano do curso universitário. Tens conseguido conciliar os estudos com o golfe?

Não tem sido fácil, tenho um horário bastante complicado, no último mês é que tenho conseguido treinar mais um bocado, agora os dias são mais longos. Inclusivamente vou ter um teste na quinta-feira [dia do início do Campeonato Nacional], a seguir ao jogo vou directo para a faculdade fazer o teste.

É um teste de quê?

Economia Industrial e da Empresa. 

Vais fazer alguma de treino em Santo Estêvão?

Farei uma volta de treino na quarta-feira, para ver como estão os greens e fazer uma última avaliação do campo antes da volta oficial. É campo que já joguei muitas vezes.

Memórias de Santo Estêvão…

Boas. Fui lá campeão nacional no escalão de sub-14 anos, em 2006, derrotando o Diogo Ressurreição na final. Nesse torneio apresentei um nível de golfe excelente, incluindo nas duas voltas de stroke play.

Foi esse o teu primeiro título nacional?

O primeiro foi em 2004, no Golden Eagle, no escalão de sub-12. 

Já tens uma melhor ideia sobre a tua eventual passagem ou não a profissional de golfe?

É uma discussão que vai ficar para depois do curso. Claro que existe a vontade mas decisões só nessa altura. 

 

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