Nova linha de alta tensão no Norte adiada

Nova ligação eléctrica entre Espanha e Portugal vai ser submetida a novos estudos

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Os ambientalistas dizem que a electricidade a produzir nestas barragens poderia ser obtida com medidas de eficiência energética Paulo Ricca

O projecto para a construção de uma nova ligação eléctrica de muita alta tensão entre Espanha e Portugal, atravessando três distritos no Norte, foi adiado para ser submetido a novos estudos, disse esta quinta-feira fonte da empresa Redes Energéticas Nacionais (REN).

O eixo da Rede Nacional de Transporte (RNT) que pretende ligar Vila do Conde, Vila Fria B e a rede eléctrica espanhola vai retomar a fase de análise. A decisão foi tomada este mês depois do parecer “condicionado” da Comissão de Avaliação ao estudo de impacto ambiental da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), no fim de Janeiro.

Em causa está a construção de uma linha eléctrica desde Fontefria, em território galego, até à fronteira portuguesa, com o seu prolongamento à rede eléctrica nacional.

A proximidade desta linha às casas, as consequências dos campos electromagnéticos sobre a saúde humana ou o impacto visual de torre com 75 metros de altura são as principais preocupações das populações tanto em Portugal como em Espanha.

O troço português deve ter duas novas linhas de 400 KV e a construção desta ligação pode abranger oito dos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo e ainda passar por Vila Nova de Famalicão, Barcelos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, atravessando, potencialmente, 121 freguesias.

A proposta esteve em consulta pública durante 50 dias e recolheu 178 pareceres de câmaras e juntas de freguesia, entidades públicas e privadas, associações, empresas, particulares e partidos políticos. Durante este período foram realizadas manifestações de protesto promovidas, conjuntamente, pelas populações dos dois países, preocupadas com o impacto na saúde pública.

Em Maio de 2014, os 600 habitantes da Gemieira, em Ponte de Lima, boicotaram as eleições europeias sustentando que a aldeia é a mais afectada do concelho por esta linha, com pelo menos cinco torres de 75 metros de altura e uma área de implantação de 200 metros quadrados, além de margens de segurança de 45 metros em volta de cada torre.

Criticam ainda a REN por não equacionar uma solução com menos impacto na formação de campos electromagnéticos.

De acordo com a proposta que esteve em apreciação pública, o novo eixo permitirá à REN aumentar as "capacidades de interligação com Espanha" e "melhores condições de alimentação aos consumos do Minho litoral".

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